A manifestação do secretário da Saúde de Montenegro, Rodrigo Streb, na audiência pública na Câmara, que debateu problemas de atendimentos no Hospital Montenegro, dá o tom de como secretários da Saúde avaliam as extensas filas para cirurgias e atendimentos de alta complexidade.
O encontro com gestores públicos da região foi uma iniciativa do vereador Sérgio Souza, PSB. Secretários de Saúde e prefeitos da região apresentaram queixas e relatos muito semelhantes no que tange ao não atendimento de cirurgias e exames de alta complexidade por parte do Hospital Montenegro. Declarações fortes caracterizaram as manifestações das lideranças.
Somente em Montenegro 700 pessoas aguardam por um cirurgia, maioria delas de vesícula ou de hérnia inguinal. O vereador Sérgio Souza, que trabalha na Secretaria de Saúde de Montenegro, relatou que alguns pacientes esperam por mais de dois anos. Ainda afirmou que não é por falta de dinheiro. Somente neste mês de agosto o Estado repassou R$ 5.455.447,66.
Em entrevista ao Estúdio Ibiá, o vereador Sérgio Souza justificou a razão pela qual não foi convidado nenhum representante do Hospital Montenegro. Segundo ele diversas reuniões ocorreram com o HM e a OASE, e “nunca tivemos um posicionamento, por parte da instituição para resolver o problema”. Esta reunião foi para, junto a representantes de municípios da região, debater o caminho a ser tomado.
A situação realmente é crítica. A população clama por atendimento. Diariamente tomamos conhecimento de doentes desesperados, vendo o tempo passando e o chamado para a cirurgia não acontecendo. Alguma autoridade precisa tomar as providências necessárias e determinar de quem é a responsabilidade pelo atendimento destas pessoas. A população não aguenta tanta espera.
“Estamos ajudando a custear atendimentos de média e alta complexidade. Por que o hospital não está atendendo se, nestes casos, é de competência do HM que recebe para isso?” – Silene Auler, secretária da Saúde de São Pedro da Serra.
“Existem pacientes aguardando por cirurgia desde 2011. Quando esta pessoa passa a esperar mais pela cirurgia também acarreta em mais atendimentos na saúde básica. Cirurgias não são de competência do município.” – Cristina Reinheimer, secretária da Saúde de Tupandi
“Não adianta mais nós nos reunirmos, porque nosso poder de fogo termina aqui. A minha sugestão é de que se faça uma agenda para o Ministério Público.” – Julio Campani, prefeito de São Sebastião do Caí
Pompeu rebate Azeredo
Na edição de 9 de agosto, na Coluna Observatório Político, foi reproduzida uma manifestação do vereador Paulo Azeredo sobre o deputado federal Pompeo de Mattos.
O parlamentar enviou uma nota a Coluna rebatendo a justificativa do colega de partido.
O deputado afirma que neste mandato destinou emendas ao Hospital Montenegro: foram R$ 350 mil em 2018, R$ 100 mil em 2019, R$ 150 mil em 2020, R$ 180 mil em 2021 e R$ 150 mil em 2022. “Sendo esta, no valor de 180 mil, de 2021, destinada a pedido do Vereador Paulo Azeredo, companheiro pedetista de longa data, por quem tenho grande apreço e consideração.”
“Ao contrário do declarado pelo Vereador, este foi devidamente convidado para o ato de entrega do referido recurso, tendo comparecido juntamente com este parlamentar”, evidencia com a foto enviada.
Relata ainda que no mesmo ano, a convite do Hospital Montenegro, visitou o HM para dialogar sobre a possibilidade de trazer um Centro de Oncologia para a região do Vale do Caí e novamente o Vereador Paulo Azeredo foi convidado para o ato, onde “ reiterei a entrega de emenda no valor de R$ 180 mil em evento público com a presença de diversas autoridades da região, mas de forma incompreensível o vereador não atendeu ao convite”, diz a nota.
Pulando o protocolo
O vereador Paulo Azeredo tentou, pelas vias protocolares, entregar dois ofícios ao governador Ranolfo Vieira Junior. Como não teve acolhido seu pedido, não se deu por vencido e conseguiu entregar, em nome da comunidade, as reivindicações. Segundo ele mesmo relatou: levantou-se e foi até a mesa do governador e pediu para falar, pegando “delicadamente” o microfone das mãos do governador. Após saudá-lo apresentou as demandas.
Coragem para rodar na RS 287
Um dos pedidos entregues ao Governador Ranolfo trata sobre a restauração e manutenção da RS 287, trecho entre o entroncamento da RS 411, antigo Frigonal, até a BR 386. Esta demanda, por sinal, é bem antiga e do interesse de todos os montenegrinos. Trafegar naquele trecho, especialmente à noite, exige do motorista coragem e habilidade acima da média. Além da buraqueira, a sinalização quase inexiste e o acostamento é um convite à tragédia. Alguns chegam a chamar a via de cratera lunar. Esperamos que o Governador Ranolfo dê uma atenção especial a este pedido de toda uma população que trafega por esta rodovia.
Futuro a Deus pertence
“É importante dizer que eu não sou candidato a reeleição. Eu só poderia, como governador do Estado, ser candidato a reeleição, não posso ser candidato a nenhum outro cargo. Então é certo que nesta eleição eu não sou candidato a nada. O que me move neste momento é concluir o mandato até o dia 31 de dezembro. Depois disso tem um ditado popular que diz que o futuro a Deus pertence, então vamos deixar as coisas acontecerem”, disse o governador Ranolfo Vieira Júnior quando esteve aqui.
Chamou atenção
Leitores mais atentos acompanham a publicação de editais. Um deles questionou a Coluna sobre duas contratações de execução de obras de recapeamento asfáltico, em diversas ruas da cidade. Questionou o leitor: “ora não estava cancelado até outubro?”. Segundo esclarecimento da Assessoria de Comunicação, trata-se de situações diferentes. O que foi suspenso, temporariamente, diz respeito a obras de microrrevestimento, que se constitui de uma pequena camada sobre ruas que já possuem asfalto. Já as contratações, cuja súmula de contrato foi publicada na página 6 edição 19 de agosto, referem-se à colocação de asfalto em ruas com calçamento irregular.
Só depois das eleições
Em vista das restrições legais, referente as eleições para presidente da república, obras com recursos federais poderão ter seu início de execução somente após o pleito. No caso da eleição ser decidida em 1º turno, depois de 2 de outubro, e se ficar para o 2º turno, somente a partir de novembro.
As obras destes contratos, já assinados, devem ocorrer provavelmente em novembro. A população vai ficar no aguardo das melhorias, neste caso por que as prefeituras estão proibidas de executar agora estas obras.