Mesmo com o avanço da vacinação e a melhora nos indicadores monitorados pelas autoridades sanitárias, ainda não é possível dizer se e quando tudo voltará à normalidade. O mais provável, do ponto de vista do que os cientistas vêm aprendendo nos últimos meses, o novo coronavírus veio para ficar e teremos que conviver com ele. Assim já acontece com as gripes virais.
A administração Zanatta foi pioneira e arrojada quando implantou o Ambulatório Pós Covid, inclusive chamando a atenção de outras cidades que vieram a Montenegro ver de perto como funciona este ambulatório. Mas é preciso avançar! O vereador Gustavo Oliveira fez uma afirmação, na tribuna da Câmara, que “não tem mais como segurar a população em casa”, o que está evidenciado nos finais de semana com aglomerações em vários pontos da cidade. Como lidar com esta realidade?
Muitas iniciativas estão sendo colocadas em prática, em diversas cidades do mundo e também do Brasil, visando a realização de eventos. Grande parte delas associadas ao passaporte da vacina, que inicialmente surgiu no âmbito global com o propósito de monitorar a entrada em países da Europa, apenas de viajantes já imunizados.
A Prefeitura de Afogados de Ingazeira, PE, uma cidade de 37.404 habitantes, foi a primeira no Brasil a implantar o i-Passport. Atualmente, não é preciso desenvolver uma ferramenta própria como aconteceu em Afogados, em março deste ano. Temos agora disponível o Conecte SUS, um aplicativo gratuito que disponibiliza a Carteira Nacional Digital de Vacinação, ferramenta que permite comprovar que o cidadão está vacinado e com qual imunizante.
Este tipo de exigência vai estimular as pessoas, que mantém uma posição de negação à imunização, a fazerem a vacina.
Mesmo que alguns apontem a medida como discriminatória, uma vez que nem todos possuem um celular, cabe lembrar que o certificado pode ser acessado na versão web e posteriormente impresso, um serviço que eventualmente o município, através de sua área social, pode disponibilizar.
Ninguém é obrigado a ser imunizado. Mas, se quiser partilhar e frequentar determinados locais, seria bem oportuno exigir a vacinação. A Semana Farroupilha pode ser uma boa oportunidade para realizar um evento teste. É preciso vontade de fazer diferente. O único custo é a atuação da Vigilância Sanitária, controlando o acesso das pessoas, talvez com ajuda da guarda municipal. Neste caso, seria importante a qualificação da Vigilância através da ampliação da fiscalização, sem falar na exigência da vacina a todos os funcionários públicos, sem exceção.
Desrespeito
O vereador Felipe Kinn da Silva (MDB) foi muito feliz em sua manifestação com relação ao hábito de alguns vereadores de saírem antes do final da sessão. Disse “isto é uma falta de respeito. Muitas vezes a gente ouve na rua que vereador ganha só pra vir aqui uma vez por semana, aí imagina não ficarmos até o fim”.
Kinn está coberto de razão, pois manifestar a sua opinião é direito e dever de cada vereador. Mas “fugir” para não ouvir o contraditório não é uma boa política.
Na vez delas
O pior foi que nesta última sessão as vereadoras Ana Paula e Camila foram citadas ou contestadas na tribuna e, quando podiam usar o espaço das explicações pessoais, os vereadores se retiraram. Além de deselegante, este tipo de atitude pode ser até interpretada como discriminação ou sexismo. Uma pessoa tolerante normalmente aceita opiniões ou comportamentos diferentes dos seus.
Rodeios
Segundo Winston Churchill, não há mal nenhum em mudar de opinião. Contanto que seja para melhor. É isso que está fazendo o vereador Paulo Azeredo (PDT) ao sugerir que o Município adquira a área do Parque Tio Manduca, transformando-o num grande parque de rodeios e de lazer. Sugeriu inclusive utilizar como moeda de troca imóvel negociado com o Estado. Azeredo, quando prefeito, usou o Parque Centenário para realizar Rodeios, local considerado inadequado na época por boa parte da população.
15 anos de atraso
Vereador Ari Muller (Progressistas) ficou muito contente ao ler no Ibiá a notícia da instalação de ecobarreiras para reter resíduos no Arroio São Miguel. Cumprimentou a administração “isto é cuidar do meio ambiente”. Ele mesmo por três ocasiões sugeriu este tipo de ação. Em 2006 e 2012, governo de Percival e 2015 de Aldana. Segundo o vereador, a justificativa para não fazer as ecobarreiras foi que não era permitido, mas podia deixar os lixos ir pro Rio Caí? E questionou “será que não fizeram porque eu não era do time deles e não abraçava as bobagens que eles faziam?”
Passaram 15 anos e o vereador não esqueceu . . .
Analisando esta “grande obra de engenharia”, também se chega à conclusão que a negativa de fazê-la não foi por questões financeiras. A iniciativa comprova que com poucos recursos e boas ideias é possível fazer ações efetivas e positivas pelo meio ambiente e também em outras áreas da gestão pública.
Pra descontrair
Vereador Felipe Kinn, em sua manifestação em defesa do título “Montenegro Cidade das Artes”, fez uma revelação que certamente poucos sabiam. Gostaria muito ter o dom de artista. Tentou apreender a tocar gaita e violão, mas não conseguiu. O atual visual do vereador lembra o personagem Wolverine, interpretado pelo ator Hugh Jackman. Diante da semelhança, quem sabe Felipe teria tido mais sucesso na arte cinematográfica.
Vez e Voz
O Progressista elegeu nova executiva, tendo a frente duas mulheres. Tatiana Henke na presidência e Dani Boos como vice, ambas integraram o governo Kadu Müller.
Tati, como é carinhosamente chamada, tem experiência nas urnas, quando foi candidata a vice com Zanatta. Vereador Talis, entusiamado com a força da mulher progres-
sista, disse que em seu partido a mulher tem vez e voz.
Quem sabe esteja surgindo uma sucessora da grande líder Lya Seelig?
O futuro dirá.