Montenegro cresceu às margens do Rio Caí. Dele retiramos a água que nos mantém vivos e com atitudes civilizadas. Este manancial é intransferível, portanto não há como realocá-lo. A qualquer momento pode avançar e sair daquele espaço, que a sociedade convencionou como o espaço do rio.
Esta premissa deve nortear qualquer avaliação sobre a questão das cheias. Nosso estilo de vida é a principal causa de mudanças climáticas. A queima de combustíveis fósseis, indústrias, usinas termoelétricas, queimadas, desmatamento, decomposição de lixo etc, são exemplos de ações humanas que impactam no desequilíbrio ambiental.
Tudo começa na nossa casa, o uso de energia, o que comemos, quanto de lixo produzimos, a forma como nos locomovemos, consumo de produtos como roupas, eletrônicos e plásticos, tudo isto traz conseqüências.
As enchentes e as estiagens estão cada vez mais freqüentes e intensas. Se olharmos a nossa cidade e o Vale do Caí não teremos dúvidas sobre isto. Em Montenegro, especialmente, constatamos nos últimos meses, avanços na organização do plano de contingência. Embora ainda tenha espaço para melhorar.
Estes fenômenos naturais que nos afetam são conhecidos como El Niño e La Niña. O El Niño se refere ao aquecimento das águas do Pacífico, enquanto La Niña envolve o resfriamento dessas águas. Ambos os eventos têm impactos climáticos globais, afetando temperaturas, precipitações e padrões climáticos.
Com o avanço da tecnologia, as previsões meteorológicas tornaram-se cada vez mais precisas. Utilizando diferentes elementos para medir fatores e elementos climáticos. É um campo de estudo muito importante, especialmente pelo volume de informações fornecidas para a sociedade.
A ocorrência de enchentes vai continuar e não podemos pensar apenas em ações de mitigação das conseqüências de cada cheia. É preciso um plano estratégico, resultante de uma profunda reflexão e discussão com a sociedade, liderada pelos poderes públicos.
Temos que projetar o futuro, olhando num horizonte de três ou quatro administrações, com ações que objetivamente realoquem a população de áreas tradicionais de inundação. Algumas pessoas defendem projetos que tratam de intervenções no Rio Caí, que podem inclusive ser mais onerosas e ariscadas, porque interferem no meio-ambiente.
A definição sobre o que e como fazer para conviver com as cheias, não pode mais ser transferida.
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Depois das férias
Prefeito Gustavo Zanatta e família estavam viajando em férias. De volta a cidade na sexta-feira, de cara o chefe do Executivo liderou, junto com a defesa civil, todo o processo de retirada das famílias das áreas alagadas e a organização do abrigamento das mesmas.
No domingo Zanatta esteve, com a esposa e o filho, no Parque Centenário para averiguar como estavam sendo atendidas as pessoas ali acolhidas. Um gesto de solidariedade e humanização da figura do prefeito. Isto bastou para gerar críticas na mesma publicação das redes sociais da prefeitura e em grupos privados de whatsApp.
É compreensível o desespero e a revolta das pessoas que estão enfrentando mais uma enchente e todo o prejuízo decorrente dela. Mas tem gente fazendo condenações e responsabilizações completamente sem sentido.
Se o prefeito não aparece para dar atenção às pessoas é qualificado como desumano, indiferente… Se vai até elas é chamado de “marketeiro” e que está usando a tragédia dos outros para fazer proselitismo.
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Novo domicílio eleitoral
Ex-prefeito Kadu Müller, hoje sem partido, diz que mudou o título de eleitor para Novo Hamburgo, cidade onde mora atualmente. “Para ter a certeza que não vou ser candidato a nada”, afirmou Kadu, que hoje se dedica à área privada.
É bom lembrar que o prazo para ter domicílio eleitoral na cidade em que deseja concorrer, bem como o de filiação eleitoral, baixou para seis meses. Esta mudança do ex-prefeito Kadu não garante nada.
Por outro lado, a sua afirmação pode conter uma mensagem subliminar: em Novo Hamburgo o ex-prefeito de Montenegro teria votos?
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Fato inédito
Historicamente, a composição de uma chapa para a eleição da mesa diretora da Câmara de Vereadores se desenrola discretamente no ambiente do Poder Legislativo. Na maioria das vezes, as negociações estendem-se até momentos finais do dia da eleição, visando evitar reviravoltas e mudanças de votos.
Na semana passada acompanhamos nas redes sociais o lançamento, no gabinete do prefeito, de uma chapa para a mesa diretora da Câmara. O art. 32 do Regimento Interno do Legislativo estabelece que a eleição da Mesa Diretora deve ser realizada na primeira sessão ordinária do mês de dezembro, ou seja 7 de dezembro.
A chapa apresentada ao prefeito em exercício, Cristiano Braatz, tem como presidente Sérgio Souza (PSB), vice Cristian de Souza (Republicanos) e secretário Juarez Vieira da Silva (PTB).
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Duas chapas, quem sabe?
Nos bastidores da política houve muitas ilações e interpretações sobre este fato. A mais citada é a subserviência ao Poder Executivo, o que poderia estimular o lançamento de uma segunda chapa, mesmo que não consiga os votos necessários para vencer.
O que se especula é que seria uma forma de demonstrar ao público a independência dos poderes. Fala-se que o nome a ser lançado para a chapa de oposição é do vereador Ari Muller (Progressista), com o apoio do seu partido e do PDT de Paulo Azeredo. Bastaria conquistar um voto para vencer, já que Ari é mais velho que Sérgio. A idade é o critério de desempate.
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Articulações continuam
As conversas continuam acontecendo com o objetivo da formação de uma frente de oposição a reeleição da dupla Zanatta/Braatz. Na semana passada, ocorreu uma reunião entre o vereador Talis Ferreira e a pedetista Iolanda Hofstatter, irmã do vereador Paulo Azeredo.
Fala-se que os dois conversaram demoradamente sobre o cenário político e a formação de alianças para as eleições de 2024. Há quem diga que vem por aí uma dobradinha Talis/Iolanda ou Iolanda/Talis. Em política tudo é possível.