Nestes tempos ditos modernos, repletos de novidades, criatividade correndo solta, quem não tem computador em casa, não faz uso da Internet para pesquisas leituras ou bate papo, Ipad e celular habilitado com internet, está fora do mundo das comunicações.
Na área afetiva, também as mudanças pegaram muitos pais desprevenidos. Os jovens “ficam” às vezes com qualquer um. Não interessa muito quem, de que família, se ele ou ela ficam com todos.
Hoje em dia os jovens não querem exclusividade. Numa relação de “ficar”, não há compromisso, às vezes nem sabem o nome do parceiro. A única informação corrente é que aquele (a) garoto (a) “é bom” de ficar. Entende-se com isso, amassar, beijar, bulinar etc… e põe etc… nisso!
É sabido que na adolescência é o maior pico de desejo sexual da vida e culturalmente o “ficar” veio para ficar mesmo, queiram os pais ou não. Isso foi uma conquista dos jovens e poder experimentar a sexualidade sem culpa e sem estresse também é um avanço.
Os pais, por sua vez, assustados e inseguros se limitam no máximo a protelar um pouco, quando a garotinha de 12 anos diz: Mãe o fulaninho quer ficar comigo! Diz isto num misto de ingenuidade e interesse em ver a reação da mãe.
– Filha, diz a mãe tremendo nas bases – tu és muito novinha ainda, espera um pouco mais.
Neste momento começa o tormento dos pais. O pai já querendo dar “um pito” na guria, proibir as saídas e as festas do pijama.
– Deixa disso, diz a mãe, eu já falei com ela… Ela entendeu tudo.
Entendeu tudo! O olhar dos pais nunca mais será o mesmo. Eles foram obrigados a dar-se conta que a filhinha, que até agora era só deles, está crescendo e mudando seus interesses.
Esta garotinha também nunca mais será a mesma, apesar dos pais insistirem em chamá-la de: minha filhinha, bonequinha, princesa etc… Seu olhar estará mudando dia a dia. E sua escolha afetiva também.
Os pais como ficam? Temerosos, inseguros, curiosos e repressores. Começa um novo ciclo, desconhecido e curioso.