A força do feminino há quatro décadas

A palavra comunicação vem do latim “communicare”, que significa tornar comum, compartilhar. Isso é o que um jornal faz. E é isso que o Jornal Ibiá vem fazendo há 40 anos com muita responsabilidade e respeito aos seus leitores. Em uma época onde a Internet vem tomando todos os espaços, manter um veículo como um jornal impresso demanda muito trabalho e, sobretudo, amor pelo que se faz.

E quem são as pessoas responsáveis pelo sucesso do Jornal? Indiscutivelmente todos que passaram pela sua redação e demais setores, contribuíram muito para que fosse possível chegar nesta data tão importante. Desde o responsável pela limpeza até o repórter que corre rua para cobrir todos os acontecimentos. Mas, se hoje em dia a Internet é um grande obstáculo para a sobrevivência das notícias impressas, há 40 anos os desafios eram outros, mas não deixavam por menos. O primeiro grande desafio e, possivelmente, o maior deles: quem fundou o Jornal Ibiá foram MULHERES! Lica e Mara são a alma deste Jornal!

Como mulher empreendedora, não posso deixar de exaltar o trabalho destas duas grandes mulheres que, em 1983, venceram todos os medos que a época, sobretudo, machista lhes impunha. Nós sabemos o quanto somos capazes de ir contra tudo e contra todos, mas naquele tempo, não tínhamos o poder de fala que hoje a própria Internet nos dá. E se, mesmo assim, ainda hoje temos que provar nossa capacidade, você consegue imaginar como era isso há 40 anos? Como foi o caminho percorrido por duas jovens meninas que começaram do zero, sozinhas, que usavam suas bicicletas para levar o periódico de porta em porta? Jovens que se uniram em prol de um único objetivo de ajudar a sociedade em que viviam, servindo de ponte entre os poderes do município e a comunidade, sendo a voz dos moradores e informando a eles seus direitos.

Aquelas jovens meninas se transformaram em mulheres experientes que sabiam exatamente cada passo que davam. Venceram preconceitos, transformações impostas das quais não se pode fugir e se adaptaram. Se reinventaram e se reinventam a cada dia para que o leitor continue recebendo informação de qualidade, de acordo com a época, sem perder a essência que colocaram neste projeto desde a sua fundação.

A resistência e coragem destas duas mulheres permitem que hoje Montenegro e toda região do Vale do Caí continuem tendo acesso às notícias locais. Permitem que saibamos se nossa voz está sendo ouvida pelos nossos políticos, se nossos direitos estão sendo garantidos, se nossa arte está sendo valorizada e por quais caminhos encontrá-la. Fazer jornalismo está diretamente ligado à sobrevivência de uma sociedade, de modo geral. E diante de tudo que já enfrentaram até aqui, como no recente caso, em que qualquer um de nós questionaria se valeria a pena continuar, tenho certeza que o que ainda move essas duas grandes meninas sonhadoras é o mesmo e único desejo em comum, que surgiu desde o primeiro dia deste grande sonho: transformar vidas!

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