O Amarelo, a alquimia e o suicídio

As cores carregam em si diversos significados. Estes, mudam conforme a cultura.
Também podemos associar o universo das cores ao mundo metafórico do psiquismo humano.Para isto, precisamos desconstruir alguns padrões. O amarelo é, frequentemente,associado ao sol, ao ouro, à riqueza. É a cor da luz, da juventude, da euforia e da atenção. O tom depreciativo da covardia: “Amarelou”.
A alquimia é uma antiga prática de transformação da matéria.Deixa como legado o “Processo Alquímico”. Um processo alquímico não visa transformar as coisa, mas o próprio “alquimista”.
Segundo C.G. Jung, pensar alquimicamente tira o centro do psiquismo da sua literalidade. Fator este que, segundo ele, define as neuroses. Então, o efeito terapêutico da alquimia é colocar-nos frente a frente com as metáforas nela contidas. A Alquimia vem trazer corpo ao sofrimento. É a parte visível do mundo subjetivo. Salva a alma do seu excesso de subjetividade. Não se trata da sua ciência, mas da sua cultura. Esta, carrega uma força arquetípica. E é este o ponto “chave”.
Transformar metais, dominar a arte do fogo e purificar substâncias, são exemplos de operações alquímicas. Outra, é o Tingir… Aqui se encontram: o amarelo, a alquimia e o suicídio.
Para a alquimia todas as cores se dão entre o preto e o branco, sendo estas as “verdadeiras” cores primárias. O amarelo é a cor transitória entre o branco e o vermelho. Traz a representação do próprio estado psíquico do alquimista. Daí a relevância de recuperarmos seu sentido.
O amarelecimento mancha a brancura do Ego retirando-o da sua pureza virginal. Há um transformar da essência na mudança de cor. O processo de amarelecimento (amadurecimento de grãos e frutos, o secar das folhas, a pele descascada, uma roupa branca guardada) traz o tom dado pelo tempo e pelas experiências necessárias ao humano.
Do divino e incorruptível amarelo-ouro à corrupção da decadência do envelhecimento: tudo passa pelo amarelo arquetípico. Um processo natural de transformação, mas, que,quando literalizado e não compreendido, leva à morte.
Logo, alquimicamente, podemos pensar na “ideia suicida” como um processo que nega (de forma inconsciente) o amarelecimento. Uma brancura que recusa ser corrompida. Nega o amadurecimento da alma.
Não é o uso que leva à morte, mas a não utilização. Como a folha em branco de um livro sem o conteúdo do preto. É ele quem lhe dá profundidade, sentido e valor.
O Setembro também é Amarelo: um mês de conscientização sobre o suicídio. Suicídio não é brincadeira! Procure SEMPRE a orientação de um profissional!
Paz e Bem!

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