Diagnóstico

Gostaria de falar sobre a crise na saúde pública. Quero dizer, não gostaria não. Preferiria comentar o quanto o SUS vai bem; como o sistema atende as necessidades da população com rapidez, e a satisfação de morar num país com esse nível de eficiência no que se refere ao retorno dos impostos em forma de serviços para o contribuinte. Mas não posso, ou isso não seria uma crônica e sim um conto de ficção. Mantendo os pés no chão e olhando a realidade que se apresenta, nada mais resta do que, lamentavelmente, admitir que a saúde pública anda doente.

Como toda enfermidade, um diagnóstico é necessário. Talvez a saúde pública esteja sofrendo de insuficiência orçamentária. O sistema não vem sendo alimentado com uma quantia satisfatória de dinheiro. É uma teoria, mas não posso afirmar, já que desconheço o montante de recursos que cada esfera (municipal, estadual e federal) deve disponibilizar. Não sei quem são os caloteiros e quem repassa corretamente. Então, fica difícil encontrar uma solução quando não temos certeza de quem cobrar. Quem sabe você, leitor, esteja mais informado.

Outra possibilidade é a gestão de risco. Aqueles responsáveis pela administração do sistema, desde a direção de um hospital ou secretário municipal de saúde, até o ministro da saúde, podem sofrer com incapacidade administrativa, ou AVC (Agente Viral Corruptível). Isso leva o sistema de saúde à perda de eficiência, devido ao hemorrágico desperdício de dinheiro. Prefeitos que constroem postos de saúde em ano de eleição, mas que depois ficam a maior parte do tempo fechados, também contribuem com o problema acima. Mais uma vez, eu não conheço todos os envolvidos atualmente, muito menos suas capacidades individuais de gerenciamento do dinheiro público. Talvez você, leitor, conheça eles melhor.

A indiferença crônica também pode ser apontada como causa. Ela se manifesta naquelas pessoas que possuem mais poder, recursos e estudo; mas que, por terem plano de saúde ou dinheiro pra bancar tratamento particular, não se envolvem com a questão de saúde pública. Pode ser que você conheça alguns desses.

Por fim, concluo que não estou em posição de reclamar da saúde pública, pois só me lembro de pensar sobre isso quando eu, ou alguma pessoa próxima, precisa do SUS. Talvez a culpa seja minha, que sofro de amnésia cidadã. O que não deve ser o seu caso, não é; leitor?

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