Ao entardecer no meu cantinho

Uma das coisas boas do interior é a beleza e a tranquilidade. Durante um ano em meio ao concreto, multidão de pessoas, carros e barulho da capital, tive a oportunidade de estar novamente no meu cantinho, na Macega, interior de Maratá.

Costumo dizer que é uma terapia caminhar e ouvir os pequenos estalos das pedrinhas, comuns nas estradas do interior. Olho para o sol que está se pondo e iluminando a lua crescente, que lá no céu está posta para iluminar a noite escura do interior. Nas “valetas”, a água corre como pequenas fontes naturais, acalmando o nosso espírito.
Os pássaros já se recolhem em meio às árvores nativas e eucaliptos, mas ainda continuam a entoar seus belos cantos. Falando em pássaros, como não se encantar com as revoadas dos bandos de andorinhas? Elas migraram durante o ano e já faziam falta nos nossos finais de tarde. Perto de açudes e campos, os quero-queros praticam voos rasantes.

Continuando a caminhada, encontro vacas, bezerros e bois esperando para entrar nas estrebarias. Enquanto isso, as estrelas aparecem e formam um espetáculo no céu, o qual está um pouco nebuloso. Nesse dia, não resisti e apanhei uma bergamota da árvore, sem veneno e doce como mel. É tão bom pegar uma fruta que não passou pelo “banho de brilho”. Na cidade, você só pega bergamota que está exposta em caixas. Lá elas brilham, mas é um banho que recebem antes de serem entregues aos mercados.
A noite já entra e todos estão finalizando suas atividades nos pomares e nas propriedades, conhecidas por sítios na cidade. Assim é a vida simples da Macega, interior de Maratá. Tenho orgulho de falar de onde venho e todos que me conhecem sabem o quanto falo de Maratá e da Macega. Muitos olham com estranheza para o nome do meu cantinho, mas é o melhor que eu poderia ter. Simples, mas com uma lindeza infinita.

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