“Somewhere Between” estreia na Netflix para discutir literalmente sobre segundas chances
Muitas pessoas acreditam que o destino é imutável. Para elas, esse conceito abstrato serve de justificativa para diversas coincidências. Dessa forma, surge o determinismo, uma corrente de pensamento que estabelece o futuro como imutável e definido desde a criação do Universo. Ironicamente, essa linha de raciocínio não prevê uma hipótese perturbadora: as viagens no tempo. Apesar de completamente fora do espectro real, existe uma grande discussão sobre a possibilidade de alguém alterar o futuro simplesmente por conhecê-lo previamente. A partir daí, desencadeiam-se diversas teorias, uma mais criativa que a outra, numa tentativa de entender como ocorreria este fenômeno da ficção. Com o objetivo de abordar esse debate, chega dia 28 de setembro à Netflix a série “Somewhere Between”.
A produção original da emissora americana ABC conta a história de Paula Patton, uma jornalista investigativa que está na cola de um “serial killer”. Além do estresse do ambiente de trabalho, a protagonista ainda tem que carregar o fardo de educar sua filha Serena, que está nos estágios iniciais de uma fase “rebelde”. Entretanto, após uma estranha premonição de uma vidente, sua filha é raptada e morta pelo mesmo homem que ela estava perseguindo. Extremamente deprimida, Paula tenta cometer suicídio se jogando em um lago. Porém, acorda viva e, surpreendentemente, oito dias antes de ter se matado. Com isso, a protagonista não tarda a perceber que possui pouco mais de uma semana para mudar o destino, salvar sua filha e as outras vítimas desse assassino.
“Somewhere Between” retrata uma situação de viagem no tempo, mas não chega perto de ser ficção científica. O retorno ao passado tem na produção um caráter mais sobrenatural, quase como uma segunda chance para Paula. Além dela, o ex-policial Devon Sawa também é agraciado com essa oportunidade após perder o irmão no corredor da morte. Unidos pelo destino, ambos devem agarrar-se a essa nova oportunidade para corrigir as injustiças e mudar o curso das próprias vidas e de seus entes queridos.
Link para o trailer de “Somewhere Between”: https://www.netflix.com/br/title/80173623
Armas e argumentos
“Cartas de Dunblane: Sua escola, seu massacre, nossas lições” é o novo documentário original Netflix
Nos últimos tempos, a discussão acerca do porte de armas no Brasil vem ganhando muito espaço nas redes sociais e na política. Infelizmente, tiroteios em massa são manchetes comuns em países como os Estados Unidos, onde as leis armamentistas são mais brandas. A nova produção original da Netflix, “Cartas de Dunblane: Sua escola, seu massacre, nossas lições”, estreia na plataforma dia 28 de setembro e mostra as cicatrizes deixadas por essas tragédias na população.
Dirigido por Kim A. Snyder – premiada pelo seu documentário “Newton” -, o filme emplacou o prêmio de melhor curta documentário no Festival de Cinema de Tribeca desse ano (2018), no qual fez sua estreia mundial. O curta dialoga com a questão armamentista de um ponto de vista um tanto inusitado: a dos padres responsáveis pelo enterro das vítimas colecionadas com as tragédias.
O massacre de Sandy Hook foi um tiroteio que ocorreu na escola primária americana em Newtown, Connecticut, no dia 14 de dezembro de 2012 e matou 28 pessoas, dentre as quais 20 eram alunos. O documentário vai acompanhar o padre Bob Weiss, responsável por enterrar oito das crianças vítimas da tragédia, em sua jornada de recuperação após o trauma que abalou toda a comunidade. Uma figura muito importante nesse contexto foi o padre escocês Basil O’Sullivan, que o contatou por meio de uma carta. Nela, Basil oferecia ajuda a Weiss e a toda a população de Newtown. O clérigo já havia passado por uma experiência parecida em Dunblane, em 1996, onde 16 crianças foram mortas por um único atirador, e sabia o quão devastador era um acontecimento tão horrendo quanto esse.
Assim, os padres vão desenvolver uma forte amizade, pano de fundo para uma importante questão levantada pelo documentário: enquanto a tragédia em Dunblane levou a uma reforma na política armamentista do Reino Unido, os Estados Unidos nada fizeram para remediar essa situação. Talvez por conta disso tenham ocorrido mais de 18 atentados armados a escolas norte-americanas em 2018.
Link para o trailer de “Cartas de Dunblane: Sua escola, seu massacre, nossas lições”: https://www.netflix.com/br/title/81001809
Em nome do pai
Em parceria com a BBC, chega na Amazon Prime uma adaptação do clássico “Rei Lear” para uma Londres alternativa
William Shakespeare é o dramaturgo mais conhecido do mundo. Inglês, nascido em 1564, possui uma vasta obra com cerca de 40 peças divididas entre comédias, tragédias e históricas. Apesar de seu caráter eclético, foi na melancolia e no infortúnio de dramas como “Romeu e Julieta” e “Hamlet” que ele se imortalizou. Por retratar com maestria os lapsos da personalidade humana, seus temas adquiriram um caráter atemporal, capaz de influenciar a produção cultural até os dias de hoje. Dessa forma, é possível entender o número exorbitante de adaptações, tanto para o cinema quanto para o teatro, de seu trabalho. Agora, numa parceria com a BBC, chegou a vez da Amazon Prime lançar sua própria interpretação do clássico “King Lear”, que estreia dia 28 de setembro na plataforma e conta com Anthony Hopkins (“O Silêncio dos Inocentes”) para dar vida ao personagem principal.
A série é ambientada numa realidade alternativa, em que um Reino Unido extremamente militarizado é governado por um monarca absoluto. Ao completar 80 anos, o Rei Lear decide abdicar do trono a favor de suas filhas, mas, para isso, precisa decidir como dividirá o território entre as três. De forma inusitada e pouco ortodoxa, o soberano exige que as herdeiras façam uma demonstração pública de seu afeto pelo patriarca. No entanto, a caçula Cordelia (Florence Pugh) se recusa por achar o pedido excessivo e superficial. Como consequência, ela é expulsa do reino e sua parte dividida entre as irmãs mais velhas, Regan (Emily Watson) e Goneril (Emma Thompson).
Dessa forma, o Rei considera encerrados os problemas envolvendo sua sucessão e busca uma sossegada aposentadoria. Porém, ao perceber que suas filhas mais velhas são corruptas e tramaram um golpe para destituí-lo do poder, enquanto sua favorita encontra-se à deriva no reino, o monarca lentamente sucumbe à loucura. A série foi muito bem recebida pela crítica, que enfatizou a importância do elenco experiente, capaz de tornar esta o próximo grande sucesso da Amazon Prime.
Link para o trailer de “Rei Lear”: https://youtu.be/ETNWHHczj1w