12 de junho foi duplamente o dia do coração, não só por ser a data comemorativa do Dia dos Namorados, mas também por ser o Dia Nacional de Conscientização das Cardiopatias Congênitas.
Tal enfermidade causa grande impacto em termos de saúde pública uma vez que as cardiopatias congênitas são as malformações congênitas fetais mais incidentes e as menos diagnosticadas atualmente. Possuem uma incidência 0,7-1,3% dos nascidos vivos, além disso 18-25% das crianças afetadas morrem no primeiro ano de vida. São as mais frequentes relacionadas com a morbimortalidade na infância, sendo o seu tratamento o maior custo hospitalar por doenças congênitas em países de primeiro mundo.
Segundo a Diretriz Brasileira de Cardiologia Fetal-2019, a partir de 18 semanas, todas as estruturas cardíacas podem ser analisadas pela ecocardiografia. Esta é a idade gestacional inicial na qual o exame já pode ser realizado, porém as melhores imagens, são obtidas entre 24 e 28 semanas, quando o coração já apresenta dimensões maiores, o feto ainda se movimenta bem e os ossos não constituem barreira significativa ao ultrassom.
Diante deste cenário, a ecocardiografia fetal deve ser indicada para todas as gestantes, uma vez que, em mãos experientes, pode detectar próximo de 100% de todas as anomalias cardíacas na vida fetal, sendo considerada o padrão ouro para diagnóstico cardíaco fetal.
O diagnóstico antenatal permite o acompanhamento das patologias, com potencial de descompensação hemodinâmica intraútero, além de auxiliar na programação dos casos cujas cardiopatias apresentarão repercussão hemodinâmica no período neonatal imediato. Levando em consideração o comportamento das alterações cardíacas na fase fetal, é particularmente importante saber quais alterações cardíacas podem evoluir com repercussão hemodinâmica ainda no período intraútero e quais irão necessitar de alguma conduta antes do nascimento, quer seja por administração de medicação, por intervenção intrauterina ou até antecipação do nascimento.