Há 20 anos no Brasil, mais especificamente no estado de São Paulo, a presença do greening era confirmada.
Lá, apenas mais uma doença atingia os pomares de citros, sem ter-se idéia ou qualquer avaliação do que significaria isso para a atividade citricultura.
Hoje já próximo dos 40% dos pomares naquela região e arredores estão com com a doença e pomares seriamente comprometidos. Qualquer análise minimamente honesta não hesita em apontar que a doença é atualmente uma ameaça real à atividade. O greening é implacável, e por onde passou, Ásia, África, as três Américas, deixou marcas inconfundíveis de destruição. A doença é tão séria que, mesmo sem tê-la ainda, a Europa em quatro anos investiu em torno de R$ 43 milhões em um projeto chamado Pré-HLB, consórcio entre centros de pesquisa de dez países, para estudar estratégias sustentáveis de controle do greening.
Convém esclarecer aqui, que, não se trata de forma nenhuma de pessimismo, mas apenas ressaltar a real gravidade dos efeitos e danos que tal doença se atingir nossos pomares, serão incomensuráveis. Portanto, atuações constantes e eficiências de todos os envolvidos na cadeia produtiva dos citros deverão ser tomados.
Precisamos sim, estarmos alertas aqui no nosso RS, união de todos envolvidos na cadeia produtiva dos citros, ações, informações e olhar concentrado em nosso setor, até porque ainda não encontramos tal doença oficialmente mas, infelizmente estamos cercados, bem perto de nossas divisas. Um momento bastante delicado, pois ainda em vários município já foram encontrados Psilídios (não contaminados), vetores da doença, que possuem um alto poder de migração.
A citricultura vem crescendo em nosso estado, envolvendo várias áreas em diversas regiões e centenas de familias e milhares de pessoas que buscam na atividade citrícula sua sobrevivência, bem como várias indústrias de processamento instaladas e outras em processo de instalação.
Governos de Municípios e Estado deverão se mostrar preocupados e interessados em assumir responsabilidades importantes para o controle, como conscientização e fiscalização, além da alocação de recursos para impedir a possível entrada em nosso estado dessa tão rápida e devastadora doença. Precisamos também, montar com os produtores um processo de conscientização e conhecimento dos iniciais sintomas de manifestação da doença em seus pomares, aprendendo a lidar com a mesma, quando ainda será mais fácil seu manejo.
Para tanto, interessante seria buscar e desenvolver, através de parcerias e ou convênios com Instituições e Órgãos de pesquisa com mais eficiência de outros estados, transferências de tecnologias e conhecimentos de atuação para atuação no devido momento, se necessário.
Enfim…a citricultura, hoje, é um patrimônio do RS, precisamos zelar por ele, uma tarefa possível para conservar todas as riquezas – econômica, social, nutricional – geradas por esse agronegócio que faz parte da nossa história.