O nome de Montenegro ecoou no Uruguai, nas duas últimas semanas, por obra do Instituto Surear e da Faculdade de Tecnologia e Ciências (FTC) com apoio do Consórcio Verde Brasil e da Sulgás. Os pesquisadores que abasteceram o automóvel adaptado com cilindros de GNV foram novamente ao Exterior mostrar uma face do Brasil que dá certo. O Vale do Caí tem de sentir orgulho por ser berço de um projeto experimental que transforma resíduos orgânicos em energia de alto valor agregado e ecologicamente correta, tendo o cooperativismo como pano de fundo.
Anos de pesquisa e investimentos milionários foram necessários para se chegar a esses resultados que hoje são fonte de inspiração para ações do mesmo gênero na América Latina. O biometano produzido em Montenegro poderá movimentar não apenas veículos, mas também indústrias e residências, porque sua eficiência já está comprovada.
Esse combustível conquistou o reconhecimento da Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP) em fevereiro de 2015. A política para compra e venda do GNVerde foi regulamentada em maio de 2016. Contudo, até hoje o Consórcio Verde Brasil não encontrou um meio de comercializar o produto. A Sulgás faria isso ainda no ano passado, mas as projeções não se confirmaram por motivos que não foram trazidos a público. Agora, a promessa é que chamada pública para aquisição do biometano seja realizada nos próximos meses. Fica aqui o apelo ao governo estadual para que o projeto deslanche de uma vez por todas. Os produtores rurais do Vale do Caí agradecem.