Um percentual da nossa formação

As famílias alemãs que chegaram por aqui, em 1824, vieram trabalhar duro. A história revela que foram largados sem condições, ferramentas e apoio técnico; contrariando as promessas feitas em solo europeu. A verdade é que o país foi colonizado – e não desenvolvido – através de projetos ineficazes de apadrinhamento, com intuitos exploratórios e visando apenas o retorno lucrativo, primeiro à Coroa e depois à República.

Mas nada disso derrotou aqueles que ocuparam as colônias. Enfrentando diversidades do clima, da natureza hostil, dos habitantes originais agredidos pela tomada de sua terra e os desmandos dos governos e suas taxações injustas, os colonos construíram seu legado. Estamos falando especificamente dos alemães e suas contribuições econômicas e culturais. E não nos esqueçamos da gastronomia, capaz de unir todos nós em torno de uma mesa farta e um caneco gelado com espuma transbordante.

Mas, antes da vida ser assim, festiva e próspera, os alemães calejaram as mãos e se adaptaram ao novo. Introduziram ofícios e alimentos em sua rotina afim de não desistirem da oportunidade que recebiam, embora fosse pífia. Voltar para Alemanha não era opção. Era preciso vencer no além-mar, e construir aqui uma “Novo Hamburgo”, trazer um ar da Bavaria e uma festa com a mesma alegria de Munique.

A odisséia dos alemães não se difere dos outros colonos que vieram para o Brasil por livre e espontânea vontade. Cada um deles, inclusive os escravizados, deixou sua importante parcela na formação do caráter do povo brasileiro. E com o sangue ainda pulsando em agradecimento aos antepassados, não deixam morrer suas raízes, que recordam e externam com orgulho. O colono alemão é fundamental à Nação que ajudou a desenvolver, para si e para os irmãos brasileiros.

Eles merecem ser festejados e enaltecidos. Estiveram entre os responsáveis pelo assentamento das primeiras pedras do que viria a ser as belas localidades que formam a nossa região. As festas em homenagem a esses desbravadores são uma forma de olhar para o passado, reconhecer de onde viemos e, assim, termos a certeza daquilo que queremos para o futuro.

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