Um grande montenegrino

Montenegro perdeu ontem um dos seus mais ilustres cidadãos: Heitor Müller. Não é preciso discorrer sobre os seus feitos, porque são tantos que o Ibiá inteiro seria pequeno para apresentá-los. Também não é necessário enumerar todas as entidades em que trabalhou e ajudou a construir, desde a nossa Associação Comercial e Industrial até a maior entidade empresarial do Estado, a Fiergs.

Heitor fundou dezenas de empresas em Montenegro e fora dela. Destaque para a Frangosul, junto com Flávio Wallauer e irmãos, que foi a maior do Município durante décadas. Além da indústria, a equipe de voleibol que levou o nome da cidade até para o exterior, sem falar na enorme participação na avicultura brasileira.

Mais do que um empresário vitorioso, Heitor era um símbolo de arrojo, coragem e visão de futuro. Por que não dizer um exemplo para todos os empreendedores que arriscam seu futuro gerando empregos e renda num País com uma das maiores cargas tributárias do mundo e um Estado pesado e lento? Ele acreditava que, empreendendo, ajudava a cidade e o País. Tanto é que dezenas de vezes foi procurado por vários partidos para ser candidato a prefeito, a deputado e até a senador. Sempre recusava e dizia que o nosso sistema político precisava de profundas reformas, sem as quais era impossível governar com seriedade. Certamente, se tivesse aceito em algum momento, teríamos uma Montenegro muito melhor nos dias de hoje.

Heitor nos deixou um exemplo e até, porque não dizer, esperança no trabalho sério e honesto, na busca de um futuro melhor e de que vale a pena ter coragem e empreender. Dá mais trabalho, mas criar empregos é também uma forma de compartilhar riquezas e participar do crescimento da cidade e do País.

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