É lugar comum dizer que a tecnologia chegou para facilitar a vida das pessoas. Que sistemas online são práticos, rápidos e seguros. No entanto, quando um destes sistemas digitais falha, toda sua credibilidade da modernidade é questionada. Ainda mais revoltante é quando se sabe que houve uma ajudinha do ser humano para que as coisas não saíssem como era esperado. A falta de medicamentos nas farmácias municipais do Vale do Caí, entre o final do ano passado e este mês de abril, é o exemplo da vez para esta situação.
O incômodo se deu principalmente pelo fato de as pessoas mais humildes serem as dependentes da entrega gratuita feita pelas Prefeituras. Também por isso é sobre os governos locais que recai a forte cobrança, por explicação e solução. Os cidadãos dependem da assistência em saúde, sobretudo diante dos altos preços dos remédios no Brasil, que inclusive recebem anuência do Governo Federal para reajuste anual. Então é normal que os cidadãos se sintam desassistidos diante da falta contínua de itens.
Dito isso, saliente-se que a situação foi criada pela tentativa acertada do Consórcio Cis/ Caí (Consórcio Intermunicipal do Vale do Rio Caí) em aprimorar seu sistema de compras coletivas. No meio deste caminho houve uma pisada na bola, e a celeridade foi antecedida por uma morosidade na migração dos dados digitais. Falha humana, que talvez tivesse que ter sido prevista, e antecipada. Ao menos o processo de compra coletiva para este ano deveria ter sido antecipado, nem que fosse pelo sistema informatizado antigo. Não de pode dar sorte ao azar, especialmente quando a saúde das pessoas está no cerne.
Quando tudo já começa a retornar ao normal, é preciso salientar que o consócio completará 20 anos de fundação em 2024 com um histórico de eficiência. Sua importância para os Municípios, representado, sobretudo, pela economia aos erários públicos, não será jogado no lixo devido a uma situação imprevisível isolada.
A melhor postura neste momento é todos se unirem em torno do Cis-Caí, para juntos avaliarem que precisa ser aperfeiçoado visando uma eficiência com quase zero de quebra.
Certamente o próprio problema do atraso nas compras, somado a mudanças mais restritivas na Lei de Licitações, servirá como lição para aprimorar esta imprescindível empresa de compras coletivas.