Sejamos ainda mais responsáveis

Não é de hoje que a comunidade do Vale do Caí ouve falar em remédios sem comprovação científica sendo usados no tratamento da Covid-19. Antes do coronavírus se tornar uma preocupação intensa nos hospitais do Vale do Caí, essa discussão já era levantada em outras regiões do Brasil e, também, em outros países. Mas, no último final de semana, uma possível mudança no protocolo de tratamento da Covid-19 aqui no Vale do Caí se tornou uma grande discussão em redes sociais e grupos de mensagem.

Dezenas de médicos do Vale defenderam a mudança de protocolo num documento intitulado “Consenso de 70 médicos do Vale do Caí-RS sobre tratamento ambulatorial Covid-19”, gerando muita repercussão. Houve quem apoiasse por acreditar que drogas como a Hidroxicloroquina ou a Ivermectina, mesmo ainda não tendo eficiência comprovada cientificamente contra Covid-19, devem ser utilizadas ainda quando o paciente com coronavírus está com quadro inicial dos sintomas. Isso evitaria que a doença evoluísse e o paciente chegasse ao ponto crítico de ser entubado numa Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). Receberam críticas de quem, na contramão, acredita que utilizar-se de medicamentos sem a devida comprovação dos resultados clínicos do tratamento seria arriscado demais. Em especial porque não se está falando de um caso grave em que a pessoa está em vias de perder a vida, mas sim quando ainda tem sintomas iniciais que podem – ou não – evoluir a um caso grave.

Independente de qual lado você se encontra – dos que apóiam ou dos que consideram arriscado – o mais importante é avaliar a situação sem ranços políticos ou ideológicos. Nós temos um problema mundial: Covid-19. E o que os médicos da nossa região estão é propondo uma alternativa de tratamento, aceita em alguns países e questionada em outros tantos. A Secretaria Municipal da Saúde já deixou claro que os protocolos não mudaram, mas que a medicação pode ser ministrada, quando indicada pelo médico. O que não pode ocorrer de forma alguma – e os médicos não indicaram, precisa ficar claro – é a automedicação.

Grande parte dos remédios citados no documento precisa de receita médica para ser adquirido, mas, o que não exige, já apresenta falta nas farmácias. Tomá-los sem orientação médica, além de não prevenir nada, ainda é um imenso risco. Quando um médico receita algo ao seu paciente ele está se responsabilizando pelo caso e isso traz garantias ao tratamento. Quem se automedica não tem garantia alguma. Se você acredita que sofre dos sintomas iniciais de Covid-19 procure um médico da sua confiança e discuta com ele qual o melhor tratamento a seguir. Essa é sempre a melhor conduta a ser tomada.

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