Se o avanço tecnológico trouxe inquestionáveis benefícios à humanidade, por outro lado abriu a porta da vida de todos para todos. Hoje usufruímos do conforto de não precisar sair de casa para comprar e para pagar; da vantagem de alcançar conhecimento – desde que de fonte fidedigna – e temos mais acesso à cultura e ao entretenimento. Mas, pela mesma porta virtual, o crime entrou em nossas casas.
Os ataques digitais vão desde um falso sequestro, passando por golpes medíocres de sorteios inesperados, até os crimes cibernéticos que envolvem bancos e o governo para contrair empréstimo consignado. O revólver deu lugar ao celular e o medo à boa fé em um desconhecido.
Não é justo orientar as pessoas para que não optem pelo uso de compras online, aplicativos e redes sociais. Na verdade, este tipo de argumento vai na contramão dos avanços que estão à disposição, colocando até mesmo o desenvolvimento do país um passo atrás. O e-commerce é realidade e veio para ficar.
Uma orientação básica é sempre se certificar com quem está falando; além de não repassar dados secretos, especialmente senhas; e sempre suspeitar de facilidades que se enquadrem na classificação “inacreditáveis”. “Não tem almoço grátis!”.
Mas fica difícil se precaver quando o vacilo que permite o golpe ocorre em uma entidade necessária no sistema. Pois é exatamente neste momento que deve entrar a Justiça e a Polícia. Cadeia ao golpista e punição – especialmente financeira – ao correspondente bancário, ou ao próprio banco, que não se importou em proteger as informações de seus clientes.
Estamos falando de uma situação na qual a quebra na relação de confiança não vai gerar apenas a troca de empresa. Este fato coloca o consumidor na posição de vítima, além de inadimplente de um empréstimo que não contratou, através de um golpe que não foi ele quem possibilitou.
Neste momento os órgãos de polícia precisam entrar em ação. O mínimo que espera o cidadão, é que tenham o mesmo nível tecnológico das cyberquadrilhas. Também os policiais devem se qualificar e os órgãos de segurança se modernizar, voltados aos crimes “invisíveis” que não estão mais em “esconderijos” concretos, mas que flutuam na nuvem.