A rede elétrica é perigosa sob diversos pontos de vista. Mesmo quando é tudo feito corretamente, por profissionais adequados e com a devida responsabilidade, há riscos envolvidos. Quantos são os incêndios que surgem de uma instalação errada ou muito antiga, de uma gambiarra ou do uso errado de um equipamento? Só para citar um famoso exemplo, o Mercado Público de Porto Alegre ficou em chamas em 2013 e até hoje não foi recuperado, tendo um andar interditado há mais de sete anos. Tudo por uma fritadeira elétrica que superaqueceu e deu início ao sinistro.
E se estando tudo certo já é perigoso, o que pensar quando se recebe a informação que foram detectadas 244 ligações irregulares, ou seja, “gatos”, ou, no português claro: roubo de energia elétrica. A RGE, tem todo o direito de citar o prejuízo financeiro que isso gera e a necessidade deste crime ser evitado. Afinal, ao colocar fim a estas ligações, ela teve a chamada “energia recuperada” de 688,66 MWh.
Mas a insegurança que isso traz é ainda mais preocupante. Roubar – seja lá qual for o bem – é errado e passível de penalidade. Porém, ainda mais grave é colocar a si, sua família e vizinhos em risco por conta deste roubo. Energia elétrica é coisa séria e sua instalação e manutenção precisam ser realizadas respeitando os padrões de segurança e os limites da rede. O “gato”, não pode ser encarado como coisa de “gente esperta”, algo bacana de aprender com o vizinho. Não! É coisa de gente desonesta, que não pensa no próximo e não valoriza a vida dos seus entes queridos.
Recentemente a cidade de Montenegro sofreu muitos sinistros. É claro que muitos têm outras origens que não a rede elétrica. Velas. Raios. Um cigarro. O atear fogo na churrasqueira. Muitas são as possíveis causas de um incêndio. Mas algumas são frutos do imponderável. Coisas que não temos controle.
Se você sabe que um vizinho rouba energia através de uma gambiarra qualquer, denuncie. Pode estar evitando uma tragédia e garantindo não só a sua vida como a do próprio ladrão, que age sem perceber o risco.