Todos temos, desde o nascimento, muitas responsabilidades. Até o bebê precisa aprender a respirar e a mamar para continuar vivo. Depois vem a Pré-Escola, o Ensino Fundamental e o Ensino Médio com suas obrigações. Não é diferente nos cursos técnicos ou faculdades. No mercado de trabalho e na família, responsabilidades se acumulam, não importa classe social ou idade. E em nenhum destes casos é possível passar ao outro uma tarefa sem ter que pagar um preço por isso.
É então aceitável que o Dnit apenas alegue que não há dinheiro para a BR-470? E, como se isso bastasse, informe para as pessoas que precisam trafegar pela rodovia federal que, caso queiram pistas melhores, devem dar início a tratativas para que o trecho seja municipalizado? Ora, se a estrada é federal, por que Montenegro deveria assumi-la? Imagine se, numa família composta por pai, mãe e dois filhos, por conta da crise financeira, resolverem deixar as crianças por um tempo com os vizinhos. Não é assim que funciona.
É fácil passar adiante o problema, presumindo que a Administração Municipal tem a vontade e os meios para assumir algo que não lhe cabe. Será que perguntaram para o prefeito Kadu Müller se Montenegro tem dinheiro para asfaltar e manter o trecho da BR-470 que corta Montenegro? É provável que não. E mesmo que outros municípios tenham feito ações similares, a situação financeira de Montenegro precisa ser considerada.
A verdade é que as administrações municipais, ao longo das décadas, estão abraçando cada vez mais responsabilidades, mesmo recebendo uma fatia menor do orçamento. É assim na saúde, na educação e, mais recentemente, também nas estradas. As prefeituras e seus gestores têm infinitas falhas, considerando as atuais lideranças e as heranças deixadas pelas anteriores, mas querer que se faça com orçamento municipal obras federais é fechar os olhos para a realidade. Mais respeito pela população, por favor!
