Chegamos a mais um Dia de Finados. Mesmo que nos tempos atuais esta data, para alguns, não represente mais do que um feriado e a chance de descansar ou viajar, esta não é uma “folga” qualquer. Finados é uma data de reflexão nas famílias, de saudade pelos que já foram e de respeito pelos antepassados.
E foi justamente na edição de Finados que coube ao Ibiá noticiar o falecimento do ex- prefeito de Montenegro Luiz Américo Alves Aldana. Ele, que já não vivia em Montenegro, mas estava na cidade para tratamento médico, faleceu no domingo, 31 de outubro. Nosso respeito aos familiares.
Todos aqueles que já perderam alguém relevante em suas vidas sabem o quão importante são os ritos de passagem que envolvem o luto. Com dor, às vezes com lágrimas, nos despedimos de alguém que marcou nossas vidas. E o ciclo do tempo vai marcando não apenas há quantos anos se está fisicamente distante daquele ente, mas mostrando o quanto emocionalmente os laços seguem firmes. A tradição de visitar a cada 2 de novembro o túmulo onde os antepassados se encontram é em muitas famílias um símbolo do respeito e do amor que se mantêm, apesar da morte.
Infelizmente, a ida ao cemitério muitas vezes traz tristezas e revoltas que nada têm a ver com a morte, mas sim com falta de respeito e de educação de vivos que desconsideram os sentimentos dos outros. Temos túmulos mal cuidados, abandonados, quebrados, sem identificação e até mesmo depredados. Há poucos dias o Jornal Ibiá noticiou atos criminosos que furtaram adereços que enfeitavam e identificavam túmulos em cemitérios do interior. É possível que hoje, ao ir no cemitério, muitas famílias descubram terem sido vítimas de desrespeito similar.
Mais do que cobrar autoridades para que investiguem e punam os responsáveis por tal ato, é preciso clamar por um mínimo de respeito. Sim, é necessário que a polícia haja sobre os que não deixam nem mesmo os mortos em paz e estes precisam ser punidos. Também é necessário que as administrações de campos santos se mobilizem para coibir este tipo de vandalismo. Com guardas, câmaras de vídeo monitoramento ou qualquer ação que possa contribuir. Mas, acima de tudo, é necessário que a sociedade se pergunte o que leva uma pessoa a roubar ou vandalizar um cemitério. Para termos registros desse tipo de ato, estamos errando seriamente ao educar nossa população. Não há justificativa para isso.