Pior que antes da pandemia

Depois de meses com estabelecimentos fechados e locais de lazer interditados, é claramente perceptível que há nas pessoas uma ânsia por fazer tudo o que não fizeram desde março. A sensação é de que o ano passou sem que se cumprisse tudo o que se desejava ou costumava fazer. O problema é que essa “explosão” de atividades nem sempre respeita regras mínimas de vida em sociedade, sobretudo quando ainda vivemos uma pandemia.

Já é possível usufruir de praças e parques. Mas, além de considerar cuidados básicos e importantes à sua saúde, é necessário ter respeito por quem está lá com você. Além do acúmulo de pessoas sem máscaras, o que, se os casos de Covid-19 voltarem a crescer pode gerar nova interdições de locais públicos, velhos problemas retornaram. Às vezes, dando a sensação de estarem pior do que antes da pandemia. Parte das pessoas parecer estar exagerando no seu desejo de sair de casa e extravasar toda a energia acumulada.

Os tumultos em áreas públicas mostram isso. Quem mora próximo da Pracinha dos Ferroviários conhece o problema antigo muito bem. E agora se queixa por ter piorado. A junção de pessoas, às vezes por toda a madrugada, bebendo e gritando, voltou a ser registrada na praça. Brigas e agressões também são frequentes. O resultado é que quem vive ali não consegue ter um final de semana de paz. Por cerca de três meses, a praça ficou isolada e eram proibidas as aglomerações. Agora as fitas de isolamento foram retiradas e a população pode usufruir do local. O problema é que “usufruir”, para alguns, é sinônimo de agredir os outros e infringir leis.

A praça é pública, mas a utilização dela por todos depende do respeito que conseguimos oferecer uns aos outros enquanto sociedade. As crianças – e seus pais e avós que as acompanham – têm tanto direito de utilizar a praça para brincar durante o dia quanto os adultos que lá vão na madrugada. Afinal, trata-se de um espaço público. Porém, quando lá chegam encontram todo o tipo de lixo, incluindo muitas garrafas de bebida deixadas na noite anterior. Por vezes, quebradas em alguma briga. As autoridades têm o dever de resolver esta situação e impor a civilidade, já que esperar que ela brote da consciência parece ser uma esperança sem o menor fundamento. Então, reclamarão por não poder usufruir da praça. Uma pena que não se consiga agir de forma a respeitar os demais. Fato é que a paciência das pessoas para com os vândalos terminou.

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