Montenegro comemora neste sábado o 145º aniversário de emancipação. Até aquele 5 de maio de 1873, éramos um dos 33 povoados existentes no Rio Grande do Sul. Pela lei 885, tornávamos, nesta data, a Vila de São João do Monte Negro. A efetiva instalação da vila e da sede, porém, ainda levou alguns meses. Foi a 4 de agosto do mesmo ano que se consolidou o nosso desmembramento da Vila de Triunfo.
Na linha histórica do município, 1873 é também um marco na economia, já que naquele ano se instalava aqui a primeira indústria, denominada Curtume Montenegro. Produzia solas, vaquetas, couro de porco e cromo. Ainda em 1873, o primeiro estabelecimento comercial da cidade abriu as portas. Tecidos, artigos de armarinho, miudezas, perfumarias, secos e molhados eram os principais artigos.
No curso desses 145 anos, o desenvolvimento fez com que o carro-chefe da economia passasse a ser a indústria, em que pese a agricultura ainda tenha papel relevante no cenário. Nos orgulhamos, por exemplo, dos citricultores ecológicos, que são um modelo ao mundo pela forma como plantam sem o uso de agrotóxicos. Ademais, Montenegro sedia empresas inovadoras e tecnológicas, como o grupo Vibra — uma potência da avicultura brasileira.
Cabe agora a reflexão quanto ao rumo que a cidade almeja. Infelizmente, nem o poder público nem a sociedade civil organizada têm um planejamento que conduza para um desenvolvimento sustentável, focado na qualidade de vida. Montenegro, na maioria das suas ruas, revela o peso da idade. Felizmente, por iniciativa da ACI, há um grupo de lideranças interessado em mudar o rumo da história. Que sejamos todos parceiros quando chamados a participar desse processo.