O valor da vida

Dois dias atrás, Montenegro podia festejar o fato de não ter registro de homicídios no município em 2017. De domingo para cá, essa estatística ficou mais triste. Durante o final de semana, um apenado da Penitenciária Modulada foi morto em sua cela. Ontem, um morador de rua perdeu a vida pelas mãos de outro, em plena Praça Rui Barbosa.

Os dois fatos noticiados pelo Ibiá em sua plataforma digital e no jornal impresso são os mais comentados pela cidade. Não poderia ser diferente. Duas vidas se foram, de forma violenta, em menos de 24 horas em nossa cidade. Alguns comentários, porém, chamam a atenção pelo ódio e pelo desprezo. É um momento propício para questionarmos qual o valor damos à vida. Se a existência de um merece ser preservada e da outro é facilmente descartada, a humanidade das pessoas está realmente escapando por entre os dedos.

Antes de festejar a morte de alguém, deveríamos todos pensar em alternativas para melhorar a vida de todos e evitar tragédias. A briga que terminou em morte ontem, no Centro de Montenegro, teve início por álcool. E se o óbito atraiu olhares, as brigas fundamentadas no alcoolismo são rotineiras. Hoje o Ibiá publica matéria a respeito de ações promovidas pelo Municipal Antidrogas (Comad) no intuito de reduzir o consumo de álcool, sobretudo pelos mais jovens.

Uma ação há muito necessária. Afinal, cada vez se bebe mais. E mais cedo. E de forma indiscriminada. Em vários casos, são pouco mais que crianças consumindo grande quantidade de bebidas misturadas. Algo precisa ser feito. Melhor aproveitar o tempo preservando vidas que festejando as que já foram ceifadas pela violência e pelos vícios.

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