A XXII Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios – popular Marcha dos Prefeitos – chegou ao fim ontem. Mais do que palestras e atividades dos gestores, a mobilização é importante por ser uma oportunidade de levar a Brasília as demandas locais. No caso dos municípios interioranos, ainda mais, já que estes por vezes não estão sob os mesmos holofotes das capitais e precisam aproveitar bem a oportunidade para terem suas demandas ouvidas.
Pelo Brasil, cada vez mais municípios entram em situação financeira grave. Obviamente, cada um deles tem razões para enfrentar essas dificuldades, alguns por queda de orçamento, outros por más administrações ao longo dos anos. A maioria deles por uma trágica combinação de ambos. Grande parte disto por responsabilidade de gestores que não estão mais nas administrações. Resta aos atuais prefeitos tentarem sair dessa enrascada, tentando elevar suas arrecadações e apertando o cinto dos gastos.
Mas e como investir diante deste quadro? Esse é o grande dilema quando não sobra muito dinheiro após quitar as obrigações. A saída? Ela pode estar em Brasília, por meio de projetos específicos para algumas áreas. Kadu Müller, por exemplo, esteve em pastas como Ministério do Turismo, Ministério da Justiça, Ministério do Desenvolvimento Regional e da Cidadania – que reúne as áreas de Esporte e Cultura – buscando soluções para os problemas de Montenegro, que, todos sabemos, não são poucos.
Além de Montenegro, maior cidade do Vale do Caí, a região foi representada por prefeitos, vice-prefeitos e secretários de diversas cidades. O “Mais Brasil, menos Brasília”, expressão muito repetida pelos gestores municipais já há bastante tempo e afirmada por Jair Bolsonaro na campanha eleitoral, foi lembrado na Marcha. Afinal, a vida em sociedade ocorre nas cidades e são os prefeitos que encaram no dia a dia o desafio frequente de cumprir cada vez mais obrigações para sanar necessidades dos cidadãos, enquanto os recursos parecem cada vez mais reduzidos e concentrados na União. Esperamos que, além do discurso, essa mudança chegue na real divisão dos muitos impostos pagos pela sociedade e que, lá na Capital Federal, somem.