Uma voz sábia na Segurança Pública disse em certa feita, “o que se evita não se contabiliza”. Ele se referia aos crimes planejados, todavia não colocados em prática devido a presença das forças policiais. Os números a respeito da criminalidade em Montenegro neste ano, ao menos no primeiro semestre, permitem aplicar essa lógica.
A conclusão fria através de planilhas e B.O.’s revela recuo de indicadores. Nas entrelinhas, uma avaliação que outro tanto de crimes não ocorreu graças à ação preventiva. Deste quadro, onde a ocorrência de furto ainda prevalece, destaque com alívio ao fato de 2023 na cidade não registrar nenhum feminicídio ou latrocínio (matar para roubar). Da mesma forma os ataques a estabelecimentos comerciais e bancários, onde o cidadão corre risco de morte em possível fogo cruzado, também desapareceram de nosso cenário.
Não é preciso muita análise para saber que este é o resultado do trabalho bem feito dos agentes da Brigada Militar e da Polícia Civil, com apoio do efetivo da Guarda Municipal. Deve ser somado a este esforço a presença dos policiais militares em formação, ou em aperfeiçoamento na Escola da PM (EsFes), cuja presença ostensiva nas ruas concede a Montenegro um privilégio extraordinário.
Ainda na área da avaliação, é impossível não somar ao cálculo o aprimoramento do videomonitoramento de ruas e praças. A realidade reitera a máxima que o trabalho humano deve ser aprimorado através da tecnologia. Em tempo real os agentes do 5º BPM abrem em muito o campo de visão dos espaços públicos, antecipando-se ao meliante. Assim entramos no campo da prevenção, com abordagens antecipadas a suspeitos e vigilância em regiões de risco.
Mas antes de cravar essa conclusão, precisamos lembrar que o fim da desigualdade social com distribuição de renda e acesso ao emprego e serviços públicos de qualidade também são elementos fundamentais. No mesmo sentido, seguimos na luta por uma Educação Pública de fato formadora de conhecimento e cidadania, sendo este, comprovadamente, o meio mais eficaz para o fim da exclusão social e da discriminação. Também deve ser conceito definitivo a valorização do trabalhador de segurança pública.
Então, somente ao final da aplicação desta fórmula, teremos alcançado o sucesso no que tange vivermos em uma comunidade igualitária e promotora de um ciclo de paz.