A dignidade tem relação com muitos aspectos da vida, todos individuais em sua aplicação, mas coletivos no resultado. Ter um emprego digno, com o qual a pessoa é capaz de se sustentar e manter seus dependentes, talvez seja o direito, ou necessidade primordial, mais envolto em pormenores. Isso porque o mundo vive um momento de mudanças substanciais, alicerçadas em avanços da tecnologia digital e da Indústria 4.0, com IA sendo vista como ameaça ao espaço do Humano, com funções sendo extintas em velocidade difícil de acompanhar.
Na mesma direção ainda estão questionamentos antigos, quanto a responsabilidade dos governos em criar postos de trabalho; se este é um investimento social individual ou de reflexo em toda a comunidade; e sobre qual é a responsabilidade do desempregado para sua condição. Mas convenhamos, “a roda econômica” só irá girar para todos quando todos tiverem acesso ao emprego e a seus direitos sociais garantidos. Logo, pensar no mercado de trabalho deve ser perturbação de cada um de nós, inclusive aquele com emprego garantido ou que seja patrão de si mesmo através do empreendedorismo.
A respeito da pergunta relativa ao compromisso de governos, que fuja da abertura de concurso ao setor público, a resposta está hoje no Sine em Montenegro. Pensemos na Agência do Fgtas como um ‘sala de estar’ para encontros formais. Estes órgãos governamentais, com a mesma função do Sine então convidam empresas e trabalhadores para um encontro, para se conhecerem e revelarem interesses em comum.
Pois é essa a função do estado: encurtar distâncias. Uma feira de empregos como está sendo realizada em Montenegro é um apoio enorme para quem procurar recolocação no mercado de trabalho. Essas ações dão a oportunidade da pessoa contatar diversas empresas em pouco tempo e no mesmo local, otimizando sua procura e economizando dinheiro do transporte. Outro aspecto é a possibilidade de fazer uma leitura do mercado de trabalho, das profissões em voga e das funções que estão em alta. Menção de louvor também as universidades e serviços de qualificação que se unem ao esforço do Fgtas/Sine, plantando a ideia de qualificação ou mudança de rumos.
O cidadão que busca pelo tão necessário emprego precisa de incentivo, de saber que é reconhecido como parte da sociedade e que tem importância no contexto. Os feirões de emprego são este abraço com tapa nas costas, falando alto que todos estamos torcendo por seu sucesso.