Qualquer dona de casa sabe que manter o lar organizado demanda planejamento. Quem tem carro organiza-se para manter as revisões em dia. O mesmo vale para quem gosta de viajar e coloca todo o roteiro na ponta do lápis. Sem planejamento, nada funciona corretamente. Se é assim para individualidades, o que dizer de uma cidade. Quando um município cresce sem o planejamento adequado, surgem problemas difíceis de resolver e que irão, possivelmente, afetar gerações à frente.
A população de Montenegro cresceu nas últimas décadas. Junto com ela, aumentou também a circulação de pessoas – muitas moradoras de cidades da região que vêm aqui em busca de serviços, compras ou de trabalho – nas vias do município. Tubulações de esgoto que antes recebiam rejeitos de algumas casas hoje são destino de detritos de dezenas de lares alocados em um único prédio. Será que esse crescimento foi pensado, organizado e planejado adequadamente?
A cidade tem de crescer. E crescerá independente do nosso gostar ou desgostar. O que está nas mãos dos gestores públicos é a forma – ordenada ou desordenada – como o desenvolvimento ocorrerá. Mais do que não permitir que erros se repitam, as autoridades atuais têm a obrigação de levar dignidade aqueles que parecem viver à margem da cidadania.
Caso alguns tenham esquecido, vale lembrar que ruas precisam permitir a entrada de um caminhão de bombeiros, por exemplo. Isso é segurança pública. Ninguém deve viver sem saneamento básico, com esgoto correndo a céu aberto à frente de casa. Isso é saúde pública. A população têm o direito de cobrar por esses itens básicos e o poder público o dever de responder adequadamente a essas demandas.
