O empreendedorismo é alicerçado em inúmeras variáveis, com o desafio de superar um número ainda maior de obstáculos. A soma destes dois fatores é uma realidade que exige – entre outras características – conhecimento do setor e do mercado em questão; prudência para lançar etapas e criatividade para se tornar interessante e imprescindível aos clientes. Uma ferramenta muito eficaz tem sido observar as possibilidades em sua volta, com valorização daquilo que sua comunidade tem de peculiar. Pois não é que uma gurizada de Brochier soube muito bem interpretar este fator.
O “boardgame” Barões do Carvão é uma ideia que surgiu no momento de lazer de Josoel Pedro Dickel, em sessões de jogos de tabuleiro com amigos e familiares, como costuma ser com grandes ideias. O diferencial é que seu pensamento não foi ao lugar comum, que neste caso seria ambientar o jogo em cenário já saturado e com um “story line” história distante e muito conhecido. Ele encontra um nicho que oferece novidade, por tanto desafio aos jogadores. A produção do carvão inspirou o jogo, da mesma forma que sua possibilidade de venda havia inspirado os agricultores primordiais deste setor de assumiu posição de fundamental importância para as cidades da região.
O jogo Barões do Carvão ainda é um protótipo. Contudo, a visão empreendedora que Dickel teve em relação ao inacabável mundo dos jogos de tabuleiros é um “case” que merece consideração. Este ramo de diversão é popular, mas também inundado de repetições; então o lançamento do negócio precisaria de fato trazer uma curiosa novidade.
O ciclo se fecha com o próprio jogo estimulando o empreendedorismo, permeado pela consciência ecológica, que passou de “modinha” para exigência dos mercados econômicos. É clara a existência de um estudo de negócio, tornando o Barões do Carvão um exemplo perfeito de “mindset”, ou, simplesmente, “pensar fora da caixa”.
O desafio segue o de ser percebido, e agora com o conceito de partir do quintal para o mundo. Para ampliar este horizonte proposto aqui, vamos usar o potencial da Agricultura Familiar, que inclusive é base do setor carvoeiro vegetal. Na expertise herdada de povos originários e de colonizadores está um poder econômico capaz de transformar vidas e desenvolver regiões.