Os números não mentem. Esta é uma máxima muito repetida e nós aprendemos, com os matemáticos, se tratar de algo muito exato e verdadeiro. Realmente, os números são exatos e só dizem a verdade. Mas também é realidade que, alguns números são bastante confusos de serem compreendidos por quem não é um especialista em decifrá-los. É por isso que a publicação do Índice de Desenvolvimento Socioeconômico (Idese) do Rio Grande do Sul, que colocou o Conselho Regional de Desenvolvimento (Corede) do Vale do Caí na 10ª posição no ranking precisa ser “decifrado” à população.
Divulgado em categorias como renda, saúde e educação; e com valores bastante “quebrados” e que somam uma “nota” final, é muito fácil encarar os números de forma fria e constatar um ranking com um campeão e outros na sequência até o “último colocado”. Mas isto não é uma competição entre cidades e, por vezes, uma cidade pode cair no ranking mesmo tendo avançado em números reais. No Vale do Caí apenas Tupandi e Barão têm índice acima de “0,800”, o que nesse emaranhado de número significa que são considerados de alto desenvolvimento socioeconômico. O Corede Vale do Caí é considerado de médio desenvolvimento socioeconômico, atingindo indicador de 0,777 em 2018. Nem por isso, os números são ruins, ao contrário.
Na prática, o que precisa ser avaliado é que todos estes números significam, lá na ponta, como nossas cidades estão se desenvolvendo. E os principais dados que precisam ser considerados estão na evolução de cada município, ao longo dos anos. Não adianta Pareci Novo se comparar a Montenegro. Ou São José do Sul medir seus números pela régua de São Sebastião do Caí. São realidades e dificuldades diferentes. Mas cada gestor público – inclusive os que estão assumindo daqui a três dias – deverá manter ações que façam a cidade ter avançado quando um novo levantamento for divulgado.
No caso de Montenegro, os dados apontam 0.748 na educação, 0.760 no quesito renda e 0.846 como saúde. O Idese total foi de 0.785. Comparando Montenegro com ela mesma no índice geral dos últimos anos percebemos oscilações. Os números mostram 0,771 em 2014; 0,764 em 2015; 0,766 em 2016; 0,776 em 2017; e 0,785 em 2018. Estamos, portanto, melhores nos dados mais recentes divulgados que estávamos em 2014. Isso deve servir de incentivo para seguirmos avançando. Sobretudo, precisamos considerar positivo o crescimento regional porque ter o Vale do Caí com crescimento no Idese é relevante para todos. Queremos ser uma boa região, onde se viver e progredir e, para isso, temos de evoluir juntos. Mais do que criar rankings, precisamos trabalhar em conjunto para que as próximas divulgações sejam ainda melhores.