A discussão sobre o estacionamento rotativo em Montenegro teve início ainda nos anos 90. A primeira tentativa foi implantada em 1999 e seguiu até 2014. Por falta de apoio da população e também de fiscalização, mesmo com o valor arrecadado sendo usado para causas sociais, acabou sendo abandonado. Iniciou ontem uma segunda tentativa, desta vez com uma empresa no comando. Ou seja, há o desejo de retorno financeiro, o que deverá significar que quem não respeitar sofrerá penalidades. É claro que haverá dificuldades na adaptação, mas nossa comunidade tem o dever de pelo menos tentar adequar-se ao sistema, que já organiza o trânsito de médias e grandes cidades há bastante tempo.
Ninguém pagará para estacionar na rua – sem nenhum tipo de garantia contra furto ou danos ao veículo – com um sorriso feliz no rosto, é claro. Sobretudo diante das dificuldades financeiras que a população enfrenta. Mas é bom lembrar que ninguém é obrigado. São algumas poucas ruas da cidade com o sistema pago, apenas as vagas mais disputadas. Quem preferir pode deixar o carro um pouco mais distante e caminhar algumas poucas quadras e não pagar nenhum centavo. Ou, ainda, utilizar um dos estacionamentos privados, que oferecem maior segurança ao veículo.
Inegável é que a falta de vagas para estacionar no Centro é um problema grave em Montenegro. E todos sabem a razão: logo cedo, algumas pessoas estacionam seus veículos e os retiram apenas no fim da tarde. Assim, o que é de todos acaba sendo utilizado apenas por alguns. O sistema rotativo pago irá resolver essa dificuldade, já que a mesma vaga poderá ser ocupada, no máximo, por duas horas pelo mesmo carro.
O momento em que vivemos, de tantas incertezas, não é o melhor. Ideal teria sido se o sistema rotativo tivesse entrado em funcionamento lá atrás, sem toda a disputa jurídica que acabou ocorrendo posteriormente. Mas a realidade é que ele iniciou neste 15 de junho, trazendo sim mais um gasto à população. O comércio teme que, num primeiro momento, isto afaste a clientela devido ao custo extra. E, em meio à Covid-19, mais uma razão para queda nas vendas é tudo o que os lojistas não precisam.
Contudo, a novidade será positiva para os comerciantes também. Afinal, quem nunca desistiu de uma compra por não conseguir nenhuma vaga para estacionar o veículo próximo da loja desejada? Este será o grande benefício da Área Azul. As pessoas valorizarão o tempo que passam no Centro, porque ele custa dinheiro e assim serão mais objetivas nos seus afazeres. Ocupará a vaga quem realmente quer ou precisa usufruir de algum serviço ou adquirir produtos. É questão de tempo.