É grave

A população reclama quando falta água. O povo não aceita ver o líquido sair das torneiras com cor, cheiro e gosto alterados. Os constantes problemas na rede também causam indignação. Há motivação justa para cada um desses fatos incomodar quem paga conta todo o mês e mereceria que este serviço básico fosse oferecido com maior qualidade. Mas há problemas bem mais sérios que passam despercebidos, mas que têm impacto na saúde da população. É grave o que foi apontado numa pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Sul a respeito da qualidade da água bebida pelos gaúchos, abordada na edição de hoje do Ibiá.

A pesquisa do programa de pós-graduação em Engenharia Química da UFRGS constatou alta concentração de protozoários nas águas do Estado. As amostras, de água bruta, antes do tratamento, foram coletadas entre 2016 e 2020 e, dentre as pesquisadas, os piores resultados estiveram nas cidades de Porto Alegre, Viamão, Passo Fundo e Capão do Leão. Montenegro também figura na lista, com amostras positivas pra presença dos protozoários, mesmo que em incidência menor. Este fato não tem relação alguma com os problemas recentes de cor, sabor e cheiro na água dos montenegrinos, até porque, vale dizer novamente, as amostras testadas foram coletadas entre os anos de 2016 e 2020. Mas é um alerta importante de que, mesmo quando não consigamos observar pelo olfato, paladar ou visão, qualquer alteração na água pode estar contaminada e causar riscos à saúde da população.

Se a população não tem condições de diferenciar a água contaminada, as famílias não têm como se proteger. Dependemos dos governantes para que o tratamento adequado seja dado à água e para que o problema seja sanado na fonte. No caso de Montenegro, são duas as principais preocupações. As impurezas da água, em grande parte, são por falta de tratamento de esgoto nas casas. Uma vergonha para o ano de 2022 e algo que precisamos remediar o quanto antes. Além disso, a poluição química, que pode levar agrotóxicos utilizados em lavouras para a água. É uma situação inaceitável, que a pesquisa acadêmica traz à tona e que a imprensa divulga à sociedade. Os problemas são antigos e não podem ser ignorados pelas autoridades.

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