O estado das escolas públicas diz muito sobre uma sociedade. Logo, se as instituições de ensino administradas pelo Rio Grande do Sul não vão bem em sua maioria, é porque o nosso estado caminha para um final trágico. Se quisermos antever um pouco do que será o futuro desta terra de propaladas façanhas, é essencial estendermos nosso olhar para além dos muros dos estabelecimentos educacionais. O poder público não tem sido efetivo nem mesmo em prover os telhados das unidades — como o Ibiá denuncia na página 7 desta edição. Se a estrutura básica não é mantida, o que se pode esperar da atualização e qualificação dos docentes, também dos imprescindíveis investimentos em tecnologia?
Compreende-se que o Estado esteja em situação falimentar em decorrência da inabilidade dos gestores do RS das últimas décadas. No entanto, a cada quatro anos os gaúchos vão às urnas a fim de eleger um representante dotado de comprometimento, capacidade e projetos para superar as dificuldades. Não se tem visto ação contundente do governador José Ivo Sartori no sentido de colocar as escolas no patamar que lhes é de direito. O chefe do Poder Executivo tem se mostrado inapto diante das imensas dificuldades herdadas de seus antecessores e, ao que tudo indica, não deixará como legado nem mesmo um plano de ação que indique caminhos para a transformação do ensino.
A crise do Rio Grande do Sul não se circunscreve às finanças públicas. Exportador de talentos, nosso estado tem se mostrado acéfalo do ponto de vista do desenvolvimento estratégico e inovação. Até mesmo a esperança se exauriu, e não existe pior morte do que a dela. A chance é que se eleja alguém competente o suficiente para nos devolvê-la. Não em discursos, mas em ações práticas assentadas na educação pública eficaz.