O Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade (ICTQ) divulgou um levantamento que tem preocupado especialistas na área da saúde. Os dados apontam que 40,9% das pessoas utilizam a internet e artigos online para fazerem autodiagnósticos. Assim, deixam de ir ao médico e ficam a mercê de uma informação que nem sempre é confiável.
Parece clichê comentar, mas não se pode confiar em tudo o que se lê na rede. Qualquer um, afinal, pode colocar o que quiser no meio online e sem precisar de nenhum embasamento. Diante disso, fazer um autodiagnóstico – e, pior, uma automedicação – é perigoso.
Além da incerteza, digitar sintomas sentidos em uma ferramenta de pesquisa pode causar um pânico desnecessário. Muitos dos resultados, afinal, remetem a doenças raras ou muito sérias – temas interessantes para artigos online e que, por isso, existem aos montes -, mas que muito provavelmente não são aquelas de que sofre o doente internauta.
Mais curioso do que o dado apontado pelo ICTQ é o perfil socioeconômico dos que “se consultam” pela internet. Elas não são pessoas pouco instruídas, como se pode pensar em um primeiro momento. Pelo contrário. A grande maioria pertence às classes A e B, são jovens de até 34 anos e, inclusive, têm o ensino superior completo.
Se nem mesmo se pode confiar plenamente em certos diagnósticos médicos feitos profissionalmente, que dirá os realizados online e sem nenhum acompanhamento. Vivemos uma era em que o meio digital nos oferece tanto, entre lazer, comunicação e um mar de informações (corretas ou não), mas há certas coisas que não podem ser substituídas. O cuidado com a saúde é uma delas. Deixemos a internet para suas muitas outras finalidades.