Nos últimos anos ficou acordado que, na verdade, as crianças são o presente, e não o futuro do Brasil. Uma nova máxima que não retira a responsabilidade dos adultos em garantir um presente saudável como forma de melhor a perspectiva de vida deles. Essa missão é composta por variáveis relativas à proteção e satisfação de necessidades e anseios.
Sua vulnerabilidade não deve ser percebida com um risco eminente de agressão, exploração ou marginalização. Ao contrário, todas as forças vivas, em especial a família, devem trabalhar para que a passagem deles por este momento de maior fragilidade seja o mais tranquilo possível. Para que a criança não viva sob pressão e assombrada, desenvolvendo um caráter de adulto perturbado psicologicamente.
Nesta direção de pensamento, vale salientar a participação (ainda que voluntária) na eleição de uma nova composição do Conselho Tutelar em Montenegro. Costumeiramente este órgão é alvo de fortes críticas – muitas infundadas – e de cobranças – muitas vezes mal direcionadas.
O fator revoltante é que, na maioria das vezes, estas manifestações partem de cidadãos que nunca participaram do processo de escolha dos conselheiros. A importância do órgão é descaracterizada ao confundi-lo com força policial, além de substituto da autoridade dos pais que estão presentes na vida dos filhos. A ação do Conselho é balizada por leis federais, especialmente o Estatuto da Criança e do Adolescente ( Eca). Assim chegamos a um exemplo de ingerência do Conselho Tutelar. O risco eminente na estrutura da Emei José Flores Cruz, no Aeroclube, relatada pela segunda vez nesta edição. Neste caso, a responsabilidade de fiscalizar é dos vereadores, valendo-se, sobretudo, das manifestações da comunidade. Invariavelmente, apenas o segundo ente deste sistema tem sido proativo em pedir solução ao Governo Municipal.
Se demandar maior atenção ao risco de desabamento e a insalubridade, destacados com mais veemência na reportagem, consideremos o trauma aquelas crianças na tenra idade. Desde muito cedo estes cidadãos se formam sob a ausência de valorização, menosprezados e amargando sentimento contrário ao Ensino Público. Essa parcela da comunidade escolar não deve esperar chegar no futuro para ser respeitada.