Debochando da sociedade

Quando algo como as revelações a respeito do grandioso esquema de corrupção existente entre empresas e políticos ocorre, a população, em meio a toda a desolação e incredulidade vividas, ampara-se na esperança de que, com a podridão vindo ao conhecimento público, as coisas comecem a mudar. Mas nem esse alento sobra ao povo quando o presidente da República, Michel Temer, anuncia que seus nove ministros citados em delações comprometedoras não serão afastados dos cargos.

Proteção? Seletividade em acusações? São tantas as desconfianças geradas em uma decisão como essa. A explicação oficial do Chefe de Estado é que são necessários mais que delações para que exonerações sejam feitas. E que apenas quando comprovadas as ações ilícitas medidas dessa natureza serão tomadas. Porém, é provável que para evitar constrangimentos, alguns políticos sejam convidados a pedir seu afastamento, em mais uma daquelas encenações que causam náuseas.

O que sobra disso tudo é um triste exemplo dado à população. Esse seria o perfeito momento para que as pessoas públicas desse país mostrassem à sociedade que é possível esperar algo bom, correto e dentro de parâmetros éticos do governo. Oportunidade perdida, esperança ferida de morte. Ilegal, a atitude de Temer não é. Mas ela está muito distante de ser correta.

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