Hoje, 11 de agosto, é o Dia do Estudante. Quando pensamos nessa data, nosso pensamento é remetido a imagens de crianças iniciando sua trajetória de aprendizagem, juntando letras e percebendo o som que elas – unidas – geram. Ou então pensamos em atarefados jovens se preparando para ingressar na universidade. Estes são, sim, exemplos clássicos de estudantes.
Mas a vida vai além do “clássico” e na edição de hoje do Ibiá nós conhecemos estudantes que também estão juntando letras e com elas adentrando no mundo da leitura, porém, já não são crianças e jamais tiveram a chance de almejar chegar ao Ensino Superior. São senhores e senhoras cuja vida, até agora, ensinou bem mais que a sala de aula, mas que têm a grandeza de retornar aos estudos. Porque nunca é tarde para ser um estudante.
O final da tarde dessa segunda-feira, 9, foi especial para sete moradores do bairro Estação. Eles tiveram a primeira aula do projeto de alfabetização implantado na Escola Municipal de Ensino Fundamental Ana Beatriz Lemos. Pelo menos até dezembro eles devem frequentar a escola, algo que, pelas mais variadas razões, lhes foi negado no passado.
Para quem facilmente transforma letras em frases, o assunto pode parecer simplório. Mas, imagine-se num supermercado sem ter como diferenciar cada etiqueta de preço. Ou, como seria pegar um ônibus sem saber direito qual o destino dos veículos que passam? Seria tudo um emaranhado de símbolos sem sentido. Saber ler e escrever é uma barreira importantíssima de ser quebrada e o esforço da escola em oferecer o projeto e dos estudantes em se inscreverem merece os mais sinceros aplausos.
Segundo a Secretária Municipal de Educação, Ciglia da Silveira, havendo demanda por parte da comunidade, a ideia é transformar o projeto em turmas de Educação de Jovens de Adultos (EJA). Nós esperamos que a ideia se torne realidade porque a “demanda” na vida de cada um desses sete montenegrinos é gigantesca. Se os últimos meses foram muito incertos aos estudantes devido às mudanças impostas pela pandemia, os próximos prometem começar a colocar tudo nos eixos. Temos de devolver à sala de aula quem se afastou da escola, seja décadas atrás ou em 2021. Porque é entre os livros e cadernos que nascem as oportunidades para uma vida melhor.