O primeiro turno das eleições 2022 está marcado apenas para 2 de outubro. No entanto, a corrida eleitoral já começa a se desenhar com anúncios de pré-candidaturas e renúncias de mandatos, a exemplo do governador gaúcho, Eduardo Leite, que anunciou deixar o cargo nessa segunda-feira. Embora Leite ainda não tenha informado qual caminho traçará para o pleito deste ano, muitos outros políticos já publicizam interesse às majoritárias ou às proporcionais. Por outro lado, as zonas eleitorais se preocupam em regularizar o título do máximo possível de eleitores para, assim, garantir que todos tenham o direito de escolher quem governará o país e o Estado nos próximos anos. Manifestações públicas de eleitores também já são visíveis, embora o período de campanha política ainda esteja longe de iniciar oficialmente.
Essa será uma eleição particularmente importante. Deixada a polarização ideológica de lado, há necessidade de se atentar ao papel das redes sociais e dos meios de comunicação tradicionais. Estudos já apontam para o desserviço prestado pelas redes de desinformação em eventos eleitorais de todo o mundo nos últimos anos. O fenômeno não é novo, mas tende a ser aperfeiçoado a cada ano. É muito fácil reconhecer mentiras escrachadas em grupos de WhatsApp ou em listas do Telegram. O que é difícil, no entanto, é diferenciar aquelas meias verdades, as informações falsas travestidas de preocupação moral ou econômica, que podem até ter um pontinho de realidade, mas são friamente manipuladas para convencer os eleitores de que um candidato é o salvador e outro, um grande vilão.
O combate a esses esforços desinformativos passa por um caminho já conhecido: a apuração dos fatos. Esse é papel do jornalismo profissional e deve ser valorizado para a garantia da democracia. Cabe aos meios de comunicação unirem esforços para evitar que fake news se espalhem e possam prejudicar o pleito (desde esses momentos iniciais, em que outubro ainda parece tão distante). Mas cabe aos eleitores confiarem nos veículos de comunicação tradicionais, enviando suas dúvidas aos profissionais, compartilhando notícias de fontes seguras e evitando o espalhamento de conteúdo duvidoso.