O ciclo de violência é difícil de ser rompido. Mais ainda quando se trata de algo ocorrido no seio familiar, em ambiente doméstico. A importância da rede de apoio às mulheres – e crianças – vítimas desse tipo de crime já foi tema de incontáveis matérias e editoriais no Ibiá. Denunciar é difícil e sair do ambiente que tanto mal provoca às vítimas é ainda mais complicado. Há, muitas vezes, dependência financeira, emocional e filhos em comum.
Felizmente, Montenegro conta com iniciativas que tentam mitigar as agruras de quem busca o desvencilhamento das amarras da violência. Essas medidas devem ser valorizadas e divulgadas à exaustão. É importante que profissionais dos mais diversos setores estejam ao alcance de cada vítima, desde a mais favorecida economicamente – que possui condições de pagar, muitas vezes, por um acompanhamento psicológico, até a que estiver em maior situação de vulnerabilidade social. A essas, sobretudo, a mão precisa estar estendida constantemente, pois a falta de perspectiva pode empurrá-la novamente aos braços do agressor.
Por esse e tantos outros motivos, a construção de um projeto de escuta humanizada, de grupos de apoio e de acolhimento às mulheres é essencial. O fato de as reuniões terem acompanhamento psicológico é um diferencial que só é possível através de parcerias. E estas precisam ser valorizadas. A disponibilidade profissional e a abertura da Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher, além de toda a formatação da rede de apoio, que atua em toda a região, é um diferencial que empodera e auxilia essas vítimas, para que dêem a volta por cima e saiam dos ciclos de dor fortalecidas e capazes de seguirem suas vidas de forma autônoma.