Água é vida e comida

Não seria exagero definir a água como política pública prioritária, ao lado de Educação e Saúde; sendo, inclusive, esta última de relação. Se os médicos não cansam em salientar os benefícios da água ao corpo, e as famílias do campo ano a ano nos lembram que ela é fundamental para termos comida na mesa; é incompreensível que os governos ainda coloquem o tema abaixo de pautas menos fundamentais.

A começar pela Zona Urbana, há teóricas que defende a punição pecuniária ao desperdício. Neste específico, trata-se do coletivo, da vida em sociedade, na qual as ações de uns tem efeitos diretos em outros cidadãos. Pois se causa estranheza ou revolta uma taxação sobre a água jogada fora, deveria ser ainda mais perturbador quando é preciso interromper o abastecimento para racionar seu uso.

Uma discussão que dá continuidade ao debate a cerca da privatização da Corsan, ação do Governo do Estado que coloca na frente ao consumidor uma empresa privada. E nesta condição mais comum de relação comercial, considerando ainda o objetivo de lucro da comprado da Companhia, receber multa pesada ou suspensão do serviço pode fazer parte da nova realidade dos gaúchos. Até porque não devemos esquecer que garantir água potável na casa das pessoas é uma operação muito onerosa, que hoje também é significativamente afetada pela falta de chuva.

Assim entramos no assunto do colapso de três anos seguidos de estiagem e os prejuízos acumulados no meio rural. Na Zona Rural, água é ferramenta do trabalho que coloca alimento na mesa dos brasileiros. Os poucos que têm condição de reservar água em açudes e caixas conseguem se defender, ainda que parcialmente. E assim, todos os dias rezam olhando para o céu sem nuvens, vendo cada centímetro que desaparece na reserva de água.

Esta situação já é mais do que o necessário para colocar a abertura de açudes no topo da lista de obras públicas, de cada Prefeitura e do Governo do Estado. Está longe o tempo em que um sistema de irrigação era artigo de luxo ou meramente um conforto. Nestes dias em que a humanidade sente os resultados de sua interferência na natureza, ter água estocada e uma forma de pulverizá-la na lavoura é o ponto de partida de uma plantação. Como o bem-estar dos brasileiros é responsabilidade dos governos, a garantia de água potável deve ser projeto de estado permanente.

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