A corda arrebentou…

…para o lado mais fraco. O que não chega a ser uma surpresa. A já bastante discutida situação financeira da Viação Montenegro e o impacto que isso traz à prestação do serviço de transporte na cidade teve novo capítulo. A prefeitura anunciou aumento no preço das passagens. O valor sobe de R$ 3,95 para R$ 4,80 no comum e de R$ 4,75 para R$ 5,80 no seletivo. Sobrou para a população, já tendo o orçamento tão apertado, lidar com mais este aumento quando o serviço não tem melhoria alguma, ao contrário, apenas 15 dias atrás, mais linhas eram cortadas. E também para as empresas, que ainda tentam se recuperar dos prejuízos pandêmicos, e agora terão que se preocupar com o transporte dos colaboradores.

Hoje temos um sistema de ônibus falho, com horários insuficientes e no qual o prestador não consegue atender à demanda. Na outra ponta, temos uma empresa que afirma ter prejuízos econômicos e estar muito perto de não mais conseguir prestar um serviço que é básico. Outra parte importante nesse imbróglio são os trabalhadores. Funcionários da Vimsa estão em estado de greve e uma assembleia deve ocorrer nos próximos dias, havendo chances de pararem caso não ocorra um acordo para pagamento de direitos trabalhistas. O anúncio da alta nas passagens foi feito na data limite para que a empresa apresentasse uma proposta para os funcionários, o que, até a véspera, não tinha ocorrido. Na prática, a qualquer momento, podemos amanhecer com a notícia de que não há circulação de ônibus em Montenegro.

Esta situação foi um dos argumentos apresentados pela Administração Municipal para o reajuste. Foi a alternativa para não cortar gratuidades, nem ver o sistema colapsar seja pelos funcionários cruzarem os braços ou pela empresa sair de operação. Justificativas válidas ou não, o resultado é que o povo está com menos ônibus e pagando mais caro. A pergunta que fica é: o trabalhador seguirá usando o serviço? Ou haverá novo esvaziamento dos coletivos com as pessoas buscando alternativas como aplicativos de transporte, uso de moto ou bicicleta? Aumentar a passagem, além de uma medida amarga, não passa de um paliativo num problema bem mais profundo e com o qual a Administração terá de lidar.

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