O que nos leva a perdoar? Ou a pedir perdão? Essas são práticas diárias, ou assim deveriam ser! Quem as consegue é porque, interiormente, tem uma força espiritual imensa que impulsiona a essas práticas.
Diante da atitude do perdão, há quem diga que o fato de perdoar denota um coração fraco; um coração inseguro e medroso. O mesmo acontece àqueles que silenciam diante da ofensa ou agressão. Quantas vezes julgamos isso como um ato de fraqueza?
Para perdoar é necessário, primeiramente, perdoar a si mesmo, porque quando uma palavra amarga nos é dita, só nos abala caso estejamos espiritualmente frágeis. É exatamente aí que nos remete à fé. Fortificados nela, nos autoconheceremos, sendo serenos diante de qualquer contrariedade ou ofensa. No entanto, se a mágoa tocar em nós, é o momento de recorrer à prece, revitalizar a nossa fé e perdoar a nós mesmos por vacilarmos e ainda permanecermos cegos diante da bondade e do amor de Deus.
E quantas vezes já ferimos a quem amamos! Quantos erros, quantas palavras ofensivas já lançamos, ao dizer verdades (ou inverdades?) que estão dentro de nós e, jamais no irmão a quem queremos, naquele momento, atingir? Somos levados por uma força movida por sentimentos como a inveja, o egoísmo e nos fizemos cruéis a tal ponto de derrubar, de curvar um irmão como se ele nada fosse. E, dentro de nós, esta ferida será nossa e ali permanecerá até que a fé nos conduza à humildade, ao reconhecimento da nossa falta e nos leve a nos perdoar, já que somos seres imperfeitos, e a reconhecer este erro diante do nosso irmão e a ele pedir perdão.
Lembremos sempre dos ensinamentos de Jesus: “Quantas vezes perdoarei ao meu irmão? Perdoa-lhe não sete vezes, mas setenta vezes sete vezes. Aí tendes um dos ensinos de Jesus que mais vos devem percutir a inteligência e mais alto falar ao coração.” (Evangelho segundo o Espiritismo – Cap. X – Bem-aventurados os que são misericordiosos – Perdão das ofensas).
Perdoar é uma difícil tarefa, assim como pedir o perdão. Mas é um dever! O primeiro passo? O autoconhecimento que nos conscientiza de que somos seres imperfeitos em busca da evolução espiritual para nos assemelharmos ao nosso irmão e Mestre Jesus. Para isso, a fé em Deus nos trará a humildade em nosso coração, sobrepondo-se ao orgulho, à vaidade e ao egoísmo.
Quando isso acontecer, naturalmente, praticaremos o verdadeiro ato do perdão e as bênçãos de nosso Pai recairão sobre nós como um bálsamo de amor e paz, habitando nosso coração.