Que a justiça sempre prevaleça

Era uma vez uma cidade no interior do RS, onde morava uma menina negra que queria ser grande. Um dia ela cresceu e decidiu ser vereadora, alguns duvidaram, alguns debocharam, a cidade e os amigos apoiaram e ela foi eleita. E para quem achou que o conto de fadas estava começando a se realizar… pequeno engano caros leitores. Ficamos diante do início de mais um processo hostil e doloroso. A casa grande se revoltou e decidiu que ainda não seria a hora dela. E os questionadores questionarão: Vai dizer que as denúncias contra a Fabricia são racismo? Então… deixa eu te contar uma história!

Mulheres negras enfrentam desafios desproporcionais em diversas áreas da vida, devido ao duplo preconceito: racismo e machismo. Elas sofrem índices mais altos de violência, frequentemente ligados ao racismo estrutural e à vulnerabilidade social, o que as torna mais expostas a agressões físicas, psicológicas e até feminicídios. Ao longo de toda trajetória de nossa nobre vereadora tivemos diferentes relatos de agressão. E a cada passo que ela seguia , alguém se achava no direito de tentar diminuir suas conquistas ou tentava desestabilizá-la. O que não é diferente para outras mulheres, no mercado de trabalho, a desigualdade é evidente: muitas vezes ocupam postos menos valorizados e recebem salários mais baixos, mesmo quando possuem qualificações equivalentes ou superiores .

Na educação, enfrentam barreiras desde o acesso a oportunidades até a permanência nos estudos, agravadas pela falta de políticas públicas efetivas e pelo preconceito que encontram nos ambientes escolares e acadêmicos. Luto por ações mais efetivas. A proteção das mulheres negras exige a implementação de políticas públicas específicas que reconheçam o recorte de gênero e raça. É essencial promover ações afirmativas na educação, saúde, mercado de trabalho e segurança, garantindo acesso igualitário a oportunidades e proteção contra a violência.Políticas anti racistas, como a formação de agentes públicos sobre preconceito racial e a criação de redes de apoio para mulheres negras vítimas de violência, são fundamentais. Não basta apenas não ser racista; é necessário agir de forma ativa contra o racismo, desconstruindo práticas discriminatórias e construindo uma sociedade onde a justiça prevaleça. Somente assim será possível reparar historicamente as desigualdades e proteger os direitos das mulheres negras.Se faz urgente combater as desigualdades e promover justiça social.

Fabricia de Souza foi mais uma vítima da violência contra as mulheres na política, enfrentando ataques que evidenciam o machismo estrutural ainda presente nesse espaço. Sua trajetória é um reflexo da luta diária de mulheres que ousam ocupar cargos de poder e são silenciadas ou agredidas por desafiar padrões estabelecidos.Neste caso a justiça prevaleceu e evidenciou a sua contribuição a comunidade montenegrina. Salve nossa vereadora, nossa primeira vereadora negra da região do vale do Caí. Iboru!

Últimas Notícias

Destaques