Montenegro tinha até o dia 31 de julho para bater o martelo sobre a permanência da Receita Federal na cidade. E foi neste dia, mesmo, que a notícia foi confirmada. Nas redes sociais, a Prefeitura anunciou que o órgão fica, mas não mais no modelo atual de agência. Torna-se um posto de atendimento focado apenas nos atendimentos presenciais. O “porém” é que, agora, as despesas não serão mais pagas pela União. Itens como o aluguel do local – que ainda não foi divulgado se muda ou não – passarão a ser pagos com recursos do próprio Município. Estimativa inicial aponta um custo de R$ 16 mil mensais.
Em crise
O movimento para o fechamento da agência em Montenegro é reflexo de uma crise em nível nacional. Sem concurso, os servidores estão se aposentando e os que ficam não são suficientes para atender a demanda. O mesmo está ocorrendo com o INSS e já se percebe na Caixa e no Banco do Brasil. A alternativa é fechar unidades e tornar os atendimentos online. O problema é que ainda são muitos os brasileiros considerados analfabetos digitais e o acesso à rede é limitado.
“Só que não”
A agência, no formato atual, não atende só a Montenegro. Presta serviços para uma região grande, que soma 19 municípios. Sendo assim, a notícia do possível fechamento foi discutida junto à Associação dos Municípios do Vale do Rio Caí (Amvarc). A ideia era dividir os custos para a permanência do órgão, já que a União afirmava que não iria mais bancar a despesa. Não rolou. Segundo o vereador Cristiano Braatz (MDB), que levou a pauta ao grupo, não houve interesse no rateio. A discussão ainda deve ser retomada.
Visualizado
A reportagem questionou o presidente da Amvarc, Oregino Francisco, sobre o caso. A mensagem foi apenas visualizada pelo prefeito de Pareci Novo e não respondida. Lembrando que ele já até sinalizou interesse em se candidatar à Prefeitura de Montenegro no ano que vem, então era de se esperar que desse uma “forcinha”.
Solidariedade
É evidente que Montenegro acaba sendo o maior beneficiado com a presença da agência, mas uma divisão proporcional dos custos entre todos os atendidos seria justa, sim. É claro que, se em tempo de “vacas gordas”, esse tipo de solidariedade já é raro, imagina neste, em que o “pasto” está cada vez mais escasso.
Identidade
A vereadora Josi Paz (PSB) quer unir esforços para melhor definir os títulos de Montenegro. Diz-se que, oficialmente, somos a “Cidade das Artes, Capital do Tanino e da Citricultura”, mas há até documentos oficiais que deixam alguns dos termos de fora. Josi ainda busca adicionar o novo título: “Berço da Bergamota Montenegrina”, que foi conquistado recentemente. Afirma que é uma forma de reforçar a identidade do montenegrino e até de recuperar a autoestima de quem mora na cidade, algo que realmente estamos precisando.
Lembrados – Já circularam enquetes não oficiais com gente de fora do Município que questionavam pelo que as pessoas lembravam de Montenegro. As respostas? Os dois impeachment’s; a ciclovia no meio da rua e – essa realmente surpreendeu – as gêmeas da Playboy. Precisamos, mesmo, de uma identidade melhor.
Farmácia
Cristiano Braatz (MDB) convocou reunião para discutir o projeto de uma “Farmácia Solidária”. É uma iniciativa que só pode ser oficializada em lei se partir do Executivo, por isso o encontro. A ideia do vereador, a exemplo do que já existe em outros municípios, é criar um local de recepção e distribuição de medicamentos doados. As pessoas podem deixar ali caixas de remédios que compraram, mas que acabaram não consumindo até o fim, ajudando ao próximo.
Buscopan – Braatz revelou que teve a ideia ao encontrar uma caixa de Buscopan em sua casa. Como acontece com muitos, o remédio foi comprado, consumido até cumprir sua função e o restante acabou guardado e sem uso. Quem diria que da dor de estômago de um político poderia vir uma iniciativa tão legal…
Prefeitura faz registro de preços para comprar mais seis camionetes
Tá dando o que falar a publicação de uma ata de registro de preços da Prefeitura para a compra de seis camionetes do tipo Pick-up. O edital traz várias exigências. O carro precisa ter tanque de combustível com capacidade mínima de 75 litros, cabine dupla e até rádio com entrada USB. O valor máximo aceito por unidade é de R$ 159.178,00, mas vence a empresa que oferecer as melhores condições. Segundo a diretora de Licitações, Bárbara Nunes, os veículos ainda não têm destinação específica para nenhuma secretaria. Ela explica que, normalmente, cada uma apresenta seus “pedidos” e então é feito o registro dos preços do que é demandado.
Semelhança – O registro garante que, com a proposta aprovada, a empresa vencedora mantenha o preço de venda por um ano para a eventual aquisição. É uma forma de facilitar a compra, quando necessária; e que não quer dizer, necessariamente, que algum veículo será adquirido. Mas o caso é muito semelhante à polêmica compra das Amaroks em 2018. Aquela sim, se efetivou após o registro, foi bem cara e, convenhamos, de custo-benefício questionável.
Pra quê? – Tendo a poeira mal baixado em relação ao “caso Amarok”, a oposição já caiu em cima da Administração. Felipe Kinn critica os critérios do edital, que acabam excluindo algumas marcas; Talis Ferreira questiona a finalidade das camionetes, “se é para andar nos buracos da cidade”. E Cristiano Braatz já diz que seria mais inteligente alugar veículos ao invés de comprá-los. Eles querem respostas. Os montenegrinos, também.
RAPIDINHAS
A Câmara foi destaque por ter instalado recipientes para a alimentação de cães de rua. Uma ação bonita e que pode servir de exemplo. Mas há quem diga que os vereadores poderiam ajudar de forma mais efetiva. Talvez com uma lei de redução de impostos a quem adota ou mais pressão por recursos para castrações. É papel deles, não?
A Prefeitura juntou “todos” os eventos da área artística neste mês e os empacotou no projeto “Agosto das Artes”. Quer tentar evidenciar o quanto Montenegro faz jus ao título de “Cidade das Artes”. Mas já surgiram críticas de bandas e até de escritores locais que ficaram de fora da programação. Os erros se repetem.
O vereador Talis Ferreira (PR) usou a tribuna para mandar recado ao governo. Alertou que “quem tem telhado de vidro não atira pedra no telhado do outro”. As perguntas são: o que será que ele descobriu nos meses em que foi “amigo” do prefeito; e, pior, se ele, de fato, descobriu alguma irregularidade, por que é que ainda não a denunciou?
Sem poupar críticas às estradas e ao transporte escolar, o vereador Valdeci de Castro (PSB) acha que, por ser da oposição, tudo o que pede não é atendido pelo Executivo. Até falou na tribuna que vem fazendo “pegadinhas” para a Prefeitura e que “eles estão caindo”. É daquelas situações em que a gente não sabe se ri ou se chora.
Felipe Kinn (MDB) e Talis Ferreira lembraram que a promessa de entrega da reforma do Teatro Roberto Atayde Cardona era para o anivesário de Montenegro, em maio. Agora querem respostas sobre a tão esperada liberação. Nossos artistas e estudantes de artes sentem falta do espaço.