Promessas renovadas. Como assim

Parece ter sido escolhido a dedo o local de onde o secretário estadual dos Transportes, Pedro Westphalen, pode ver o drama dos moradores dos bairros Panorama e Santo Antônio quando são obrigados a atravessar a RSC 287. Sua excelência esteve na cidade quinta-feira à tarde e, depois de uma reunião na Câmara de Vereadores, foi conferir o tamanho do problema. O grupo parou nas imediações do Posto Ipiranga, onde semanalmente são registrados acidentes. Curiosamente, neste mesmo local, que é um dos principais acessos ao Centro, há alguns anos, o governo do Estado fincou uma placa de promoção do Turismo. E ela apresenta a região como o Vale da Felicidade. Talvez para aqueles que não precisam se deslocar pela rodovia, uma das mais movimentadas e perigosas do Estado. E que, mesmo assim, nunca recebeu a atenção que deveria dos nossos políticos. Tomara que, agora, seja diferente.

Divisões – O movimento realizado pelas lideranças montenegrinas, esta semana, é muito importante e deve ser o embrião de outras iniciativas semelhantes. Já perdemos muito porque faltou unidade. Inúmeras vezes, prefeito e vereadores fizeram ações isoladas, inclusive, na busca por melhorias para a 287. O Município será respeitado à medida que demonstrar força para exigir o que quer como contrapartida aos impostos que todos pagamos. Por sinal, nesse momento, há disputas políticas sobre o que é melhor enquanto não há recursos para a construção de viadutos na rodovia: sinaleiras ou refúgios com guarda-corpo?

Janela – Quinta, após a visita do secretário, essa divisão ficou muito clara durante a sessão da Câmara. Os vereadores Rose Almeida (PP) e Talis Ferreira (PR), ao defenderem o projeto das sinaleiras, lembraram que não é hora de “inventar moda”. Era uma referência ao colega do PP, Joel Keber, que defende os refúgios. Só faltou dizerem que ele pegou o ônibus em movimento e ainda quer sentar na janela.

Risco – Não é preciso ser inteligente para perceber que, se cada um ficar puxando para um lado, não ocorrerá nem uma coisa e nem outra. E, neste caso, todos terão de dar boas explicações à comunidade na hora de pedir votos novamente.

Conhecedor – Provavelmente com o objetivo de criar uma certa empatia com as lideranças locais, Westphalen disse que conhece muito bem a rodovia. “Passo pela estrada há 45 anos e a situação é praticamente a mesma”, observou o secretário, que é natural de Cruz Alta e usa a 287 para deslocar-se a Porto Alegre. Neste trajeto, porém, ele não cruza por Montenegro. E depois, se conhece tão bem a realidade local, estando há dois anos no cargo, já deu tempo de encaminhar uma solução. A menos que não esteja tão sensibilizado quanto pareceu.

Ausência percebida – Algumas pessoas acharam estranha a ausência de representantes do Executivo à visita que o secretário fez à RSC 287, depois da reunião na Câmara. Possivelmente tinham outros compromissos. Mas há também quem tenha interpretado o episódio como descaso. Intriga da oposição. Nunca a Administração Municipal conseguirá retribuir à altura o desdém com que Montenegro e a rodovia vêm sendo tratada estes anos todos.

Sem dinheiro –
Não é pessimismo, mas quem acompanhou a reunião ouviu o secretário Pedro Westphalen dizendo, mais de uma vez, que tudo vai depender das condições financeiras do Estado. Para bons entendedores, meias palavras bastam. A verdade é que o governo sempre arruma dinheiro quando a pressão é grande e tem falhado na tarefa de reduzir gastos, por exemplo, com a redução de assessores e outros cargos de confiança. Se for preciso fechar a rodovia, como já ocorreu em outras oportunidades, certamente a população agirá novamente. Até que a comunidade possa parar de chorar a morte dos seus filhos e a região se torne, de fato, o “Vale da Felicidade”.

Rapidinhas
* Na Política, definitivamente, não existe cafezinho grátis. Para garantir a chamada “governabilidade”, tem vereador pedindo para indicar os ocupantes de dois cargos na Prefeitura. Estamos “carecas” de ver isso acontecendo em todo o país.

* Valter Robalo já definiu a data em que deixará o governo: dia 31 de março. Ele volta para a Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe), na qual é funcionário concursado.

* Na ânsia de mostrar serviço, alguns vereadores estão atropelando colegas, fazendo pedidos que já foram realizados. A unidade do Legislativo é figuração. Atrás do pano, a briga é de foice no escuro.

* Único que não participou da reunião com o secretário dos Transportes, Pedro Westphalen, o vereador Valdeci Alves de Castro (PSB) explica que tinha outro compromisso naquele horário. Mas foi representado pelo seu assessor de gabinete.

* Vereador Felipe Kinn da Silva (PMDB) anuncia que conseguiu, junto à bancada federal do seu partido, uma emenda ao orçamento da União no valor de R$ 250 mil. O dinheiro deverá ser aplicado na Saúde, mas o destino será definido em reunião com a secretária Ana Maria Rodrigues.

* Tem gente que ainda não aprendeu a usar as redes sociais. Postar ofensas contra colegas professores em grupos de Whats app, como vem ocorrendo entre profissionais de escolas municipais em que ocorreram trocas de diretores, pode render ações por danos morais.

* Oficialmente, o governo nega, mas crescem os rumores de que a privatização do Banrisul é apenas uma questão de tempo. O problema é que, se vender a “galinha dos ovos de ouro”, quem vai financiar o próprio Estado?

* Além de liberar o chimarrão em plenário, vereadores estão mais tolerantes com os aplausos do público. Resta saber como vão agir em caso de vaia.

Acessibilidade
Esquecida na sessão anterior, por um descuido do presidente Neri Pena, o “Cabelo”, a votação do projeto de lei que reorganiza o Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência ocorreu nesta quinta-feira à noite. A entidade vai discutir políticas de inclusão social e possivelmente uma de suas primeiras pautas será a acessibilidade. A começar pelos prédios públicos, existem centenas de construções comerciais em Montenegro que não possuem sequer corrimões nas escadas, quanto mais rampas. Embora seja lei federal há muitos anos.

Em juízo
Semana passada, durante uma reunião, moradores do bairro São João anunciaram a disposição de depositar em juízo os valores referentes ao IPTU deste ano. Assim, a Prefeitura só teria acesso ao dinheiro quando acabasse com os alagamentos, responsáveis por enormes prejuízos, em várias residências daquela área cada vez que chove um pouco mais forte. A operação depende de autorização judicial, mas nossas autoridades devem ficar atentas. Melhor resolver o problema. Se a moda pega…

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