O Vale precisa se unir mais

A mobilização realizada esta semana por prefeitos e vereadores da região em torno do Hospital Montenegro, pedindo a liberação de recursos junto ao Governo do Estado, é a prova de que, unidos, somos mais fortes. Cerca de 30 lideranças montenegrinas e de outras cidades próximas foram até o secretário da Saúde, João Gabbardo dos Reis, pedir uma solução para o atraso, que já havia obrigado a instituição a parcelar salários, atrasar o pagamento de fornecedores e a suspender atendimentos. O grupo saiu de lá com a promessa de que não só os valores pendentes serão integralmente quitados, como a parcela de fevereiro será antecipada, numa injeção de verbas de R$ 12,4 milhões. Em contrapartida, a partir de março, o valor mensal passará a ser um pouco menor: de R$ 2,2 milhões para R$ 1,8 milhão. A redução de R$ 400 mil por mês obrigará a instituição a adequar a sua estrutura, reduzindo parte da equipe, mas, nestes tempos de crise, a maioria das lideranças considerou o resultado do esforço satisfatório.

Mobilização –
Se a movimentação em prol do Hospital deu certo, é justo imaginar que outras demandas seriam atendidas se as lideranças da região realmente unissem forças. Pautas não faltam:
– combate às cheias;
– videomonitoramente regional;
– asfaltamento de estradas;
– criação de rotas turísticas;
– melhor divisão dos recursos do pedágio de Rincão do Cascalho.

Individualismo – Como o Vale do Caí é formado por um punhado de cidades pequenas, a Associação dos Municípios (Amvarc) tem um papel fundamental nesse processo. O problema é que muitos prefeitos, por vaidade ou por interesses políticos, prefere fazer seus próprios movimentos, sem se preocupar com o todo. Como resultado, a região segue sem a infraestrutura necessária para alavancar seu desenvolvimento.

Liderança – É preciso admitir, também, que Montenegro, por ser a maior cidade da região, deveria assumir um papel de liderança. Contudo, historicamente, nossos políticos não se articulam com esse objetivo. Quem sabe, o movimento em torno do Hospital Montenegro seja uma quebra dessa lamentável tradição, que há muito tempo causa prejuízos.

Vigilantes – A garantia dada pelo secretário estadual da Saúde representa um alívio para uma entidade que é referência para cerca de 200 mil pessoas da região, que dependem unicamente do SUS. Mas não pode levar as lideranças a baixarem a guarda. Prefeitos, vereadores e dirigentes de entidades devem acompanhar a liberação do dinheiro e voltar a campo se isso não ocorrer. Até porque não seria a primeira promessa não cumprida do governo Sartori.

Salário defasado
Foi-se o tempo em que os professores da rede pública de ensino do Município podiam se orgulhar de receber um dos salários mais altos da região. Com o tempo, os valores foram ficando defasados. Inclusive, até que saia o dissídio da categoria, receberão valores inferiores ao piso nacional, que sofreu reajuste de 7,64% e passou os vencimentos mínimos da categoria para R$ 14,37 por hora. Montenegro hoje paga R$ 14,02.

Promessa – A diferença não é muito grande, mas é simbólica. Principalmente se o valor pago pela Prefeitura de Montenegro for comparado com o de outras cidades da região (veja tabela ao lado). A Smec garante que, em abril, a defasagem será corrigida e o saldo a menor, pago. Promessa semelhante foi feita ano passado, mas, por enquanto, não foi cumprida.

MONTENEGRO
Piso para 22h semanais – 88h mês: R$ 1.234,25 – R$ 14,02 p/hora

BROCHIER
Piso para 22h semanais (professor de séries iniciais) – 88h mês: R$ 1.296,28 – R$ 14,73 p/hora
Piso para 20h semanais (professor de séries finais) – 80h mês: R$ 1.649,29 – R$ 20,61 p/hora

MARATÁ
Piso para 22h semanais (professor com Ensino Superior) – 88h mês: R$ 1.497,66 – R$ 17,01 por hora
Piso para 25h semanais (professor com Magistério) – 100h mês: R$ 1.382,57 – R$ 13,82 p/hora

PARECI NOVO
Piso para 20h semanais – 80h mês: R$ 1.349,31 – R$ 16,86 por hora

SÃO JOSÉ DO SUL
Piso para 20h semanais – 80h mês: R$ 1.671,72 – R$ 20,89 por hora

Rapidinhas
* Na quinta-feira à noite, foi realizada a terceira sessão da Câmara desta legislatura. Até aqui, o único vereador que não usou a tribuna foi Valdecir Alves de Castro, do PSB. É daqueles que não fazem barulho.

* Promessa cumprida. Os vereadores aprovaram uma mudança no regimento interno da Câmara, quinta-feira, permitindo que o público tome chimarrão no plenário durante as sessões. Já suas excelências continuarão bebendo apenas água.

* A presidente da Assembleia Legislativa, Silvana Covatti (PP), arquivou o pedido de Impeachment do governador José Ivo Sartori, feito pelo Cpers. Apesar de o documento cumprir os requisitos formais para chegar ao plenário, segundo a própria procuradoria do parlamento gaúcho.

* O estilo afável e conciliador do prefeito em exercício, Carlos Eduardo Müller, vem arrancando elogios até entre os opositores do governo. Não seria a primeira vez que a cidade teria um vice mais popular do que o titular. Resta saber se também sabe dizer “não”.

* Novos casos de abigeato e um assalto com violência em Santos Reis, na sexta-feira, deixam as comunidades do interior apavoradas. Antes era a má conservação das estradas o grande problema. Agora é a insegurança.

* Agendada para segunda-feira, a reunião na Câmara sobre os riscos de interdição do Balneário Municipal, em virtude das más condições de balneabilidade do Rio Caí, foi cancelada. Ficou para fevereiro, no finzinho da temporada.

Homenagem
A Câmara aprovou um projeto de Decreto Legislativo concedendo o título de Cidadão Montenegrino ao juiz André Luís de Aguiar Tesheiner. A iniciativa partiu da vereadora Josi Paz (PSB), em reconhecimento pelos relevantes serviços prestados ao município de Montenegro na área jurídica. Tesheiner está na cidade há oito anos, mas foi promovido e seguirá para Passo Fundo.

Solene – A homenagem será feita em sessão solene do Legislativo já na próxima quinta-feira, dia 26, às 18h30min, no plenário Edgar de Oliveira. A atividade é aberta à comunidade.

Ops, esqueci!
Um descuido do novo presidente da Câmara, Neri Pena (PTB), provocou um incidente na sessão de quinta-feira. No plenário da Câmara, havia vários deficientes visuais acompanhando a sessão, na expectativa de ver aprovado o projeto que altera o Conselho Municipal das Pessoas com Deficiência. Da tribuna, Cabelo até saudou a sua presença, nas na hora de colocar a matéria em votação, simplesmente esqueceu. Os visitantes, que não enxergam mas são mais atentos que sua excelência, perceberam a derrapada e saíram da sessão frustrados. Quando se fala que o cargo exige experiência, é a isso que as pessoas se referem.

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