Uma pequena história – Parte 2

Carlos Eduardo Vogt
Enfermeiro

Era uma tarde linda de 14 de abril. O sol e seus raios teciam a beleza do dia, ao reluzir na copa das árvores, de um bairro onde as flores eram destaque e seus moradores as cultivavam com todo o orgulho. Não raras eram as trocas de mudas de flores e de árvores entre os vizinhos. Aliás, a cordialidade e a amizade dos moradores do bairro, que se situava no extremo norte da cidade, era invejável.
Com a bela tarde, dona Clarice convidou algumas amigas para um chá na área de sua casa, para que pudessem admirar a bela tarde e desfrutar daquele dia que mais parecia uma pintura criada por um famoso pintor.
Por volta das 14h56min, já com uma linda mesa posta, cheia de coisas feitas em casa por dona Clarice, chega a primeira convidada, a senhora Letícia, que gostava sempre de chegar cedo nos chás para conversar e saber como estava a amiga.
Ao sentarem na área para conversar e tomar um chá, aguardando as demais convidadas, dona Clarice sentiu uma dor forte em seu braço, que irradiava para o peito. Preferiu não comentar nada, para não despertar preocupação na amiga, que entre um gole e outro de chá, contava sobre seus trabalhos de artesanato. Poucos minutos após, vieram mais dores, desta vez, constantes. Dona Clarice tinha 67 anos e nunca havia tido qualquer problema de saúde.
Com a constância das dores, nossa anfitriã começou a ficar pálida, inquieta. Sua pele suava e seus lábios começaram a ficar com uma tonalidade arroxeada. Foi então que dona Letícia percebeu e logo indagou a amiga se estava bem. Dona Clarice falou:
– Estou com uma dor forte no peito, dificuldade para respirar e sinto que algo não está bem…
Dona Letícia não entendia nada da área da saúde, mas sabia que algo de fato não estava como deveria estar e, às 15h16min, pegou o telefone e ligou para o SAMU.
A ligação foi atendida pela telefonista, que logo percebeu tratar-se de algo grave e pediu prioridade para o médico. Atendida pelo médico, o profissional escutou atentamente tudo o que dona Letícia falava e já procurava em seu sistema a Unidade de Suporte Avançado para enviar para o endereço de dona Clarice, sabendo que iniciava ali uma luta contra o tempo.
Enquanto procurava a ambulância para selecionar, ouvia a amiga de nossa personagem cada vez mais nervosa e ansiosa em saber se o socorro iria demorar, pois sua amiga apresentava piora a cada minuto que passava.
Continua…

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