A moda mortal

Já se passaram quase dois anos de pandemia. Várias vidas perdidas, pessoas com sequelas graves e muitas incertezas norteiam o presente de todos que habitam o planeta Terra. Talvez alguns conspiracionistas de plantão até tenham a solução ou saibam supostamente qual a fundamentação teórica da criação do vírus e as teorias de dominar o mundo. Outros apenas diriam que Bolsonaro o criou.

O fato concreto é que passados quase dois anos de pandemia, percebo que o uso de máscaras caiu muito por parte de todos nós. Parece que a negação de que ainda estamos vivendo uma pandemia e uma nova onda, de uma variante que pouco se conhece, não assusta tanto quanto aquele monte de gente morta que a televisão mostrava todos os dias no grande apogeu desta peste.

Ou será que a falsa segurança de cura que as vacinas dão aos ignorantes, faz com que haja essa libertinagem sanitária, onde grandes massas aglomeram-se ao mesmo tempo que os números de infectados/dia sobe.

Frente a isso, precisamos usar máscara!

Não máscaras bonitas, que combinem com a roupa.
Vejo pessoas na rua andando com face shield, achando que estão arrasando, mas mal sabem que este dispositivo de nada adianta, se não estiver o usuário com uma máscara certificada por baixo, por se tratar apenas de um método de barreira física e não de aerossóis.

Vi e vejo ainda uma moda ridícula, onde pessoas usam máscaras de crochê, tecidos, com estampas mais variadas e bizarras e se acham protegidas, quando na realidade além de estarem expostas 100% a receber o vírus, estão 100% municiadas a transmití-lo.

Essa nova variante que temos, denominada Ômicron, acredito que teremos muitas mais, pois vírus são criaturas que mutam a todo o momento, é muito mais contagiosa que as anteriores e por atacar pessoas que já se vacinaram, talvez não esteja sendo tão letal, mas não se enganem, pois, a reinfecção por esse vírus ainda não foi estudada e não se sabe sobre as sequelas a curto, médio e longo prazo.

Na última semana, vivenciamos diversos casos de reinfecção de pessoas que estavam com o esquema vacinal completo. Sintomas mais brandos, porém, como falei ali em cima, a vacina não é a cura, ela faz a prevenção de que algo mais grave ocorra, porém, prudência ainda deve ser a palavra chave entre todos, para evitar novas mutações.

Portanto, vamos parar com a modinha das máscaras fashion e levar a coisa muito a sério, antes que seja tarde demais. Essa moda de usar coisas ineficazes contra o COVID-19 pode acabar matando pessoas, ou seja, a tua irresponsabilidade poderá matar o vizinho ou até um desconhecido.

Então, para conhecimento de todos, as máscaras devem ser certificadas para que não absorvam gotículas e não deixem as nossas gotículas saírem. Usar máscaras de tecido por exemplo, seria a mesma coisa que deixar um presidiário numa cela com grades de intervalo de dois metros entre as barras, ele passaria fácil. Com o Covid não é diferente, pois a fibra do tecido em relação ao tamanho do vírus, equivaleria ao exemplo anterior.

Num mundo ideal, usar máscaras PFF2 e cirúrgicas, obedecendo as normas dos fabricantes de tempo de uso e condições de uso seria o melhor, mas hoje, temos diversas opções que podem ser adquiridas em farmácias, com certificação que nos protegem e protegem aos que estão na nossa volta.

Se todos levarem as coisas um pouco mais a sério, talvez possamos vislumbrar um fim para essa pandemia, caso contrário, podemos estar vislumbrando outro final e esse, sem um tema feliz.

Carlos Eduardo Vogt
Enfermeiro

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