A fragmentação política e o perigo de não termos representatividade

Muito se fala sobre os problemas políticos vividos no Brasil. Parece presente e solidificado no imaginário do homem médio uma descrença generalizada no funcionamento do sistema político. A relação de representação parece fraca, mesmo com 32 (trinta e dois) partidos políticos existentes – ou seria essa composição partidária uma das razões para a crise representativa? Debater a política Nacional não é uma tarefa simples e as respostas estão longe de serem incontroversas. Tudo se desenvolve no âmbito da subjetividade – não é mais do que uma questão de perspectiva. Não existem soluções mágicas ou imediatas, trata-se de um processo de maturação democrática. Espera-se o desenvolvimento das instituições (Fonte: ambitojuridico.com.br).

Com o encerramento do período da Janela Partidária – período de 3 março a 1º de abril em que deputados puderam trocar de partido –, o PL foi quem mais ganhou adesões. A legenda do presidente Jair Bolsonaro é agora a maior bancada da Câmara, com 75 cadeiras. O número é mais que o dobro do que o partido elegeu em 2018, segundo levantamento divulgado pelo G1 com base em dados dos partidos, da Câmara dos Deputados e da Justiça Eleitoral. Outros dois partidos do centrão que apoiam a reeleição de Bolsonaro também cresceram. O Progressistas, que elegeu 38 deputados em 2018, tem agora 56 cadeiras. O Republicanos, ligado à Igreja Universal do Reino de Deus, foi de 30 eleitos em 2018 para 43 deputados (Fonte: www.nexojornal.com.br).

Desde a redemocratização o Brasil foi aos poucos deixando de lado um modelo de concentração de forças políticas para um modelo de fragmentação política. A população em sua grande maioria foi aos poucos perdendo o interesse de participar do debate público, de poder levar adiante suas necessidades e demandas locais. Para se ter uma ideia em 2019 haviam mais de 73 partidos registrados no TSE com intenção de serem criados. Seriam mais de 100 partidos. A pergunta que eu faço a você leitor: como a cidade de Montenegro poderia ter chances de lançar um candidato, e este ter êxito de vitória no pleito estadual com tantos partidos assim?

O desenvolvimento de uma cidade e região tão grande como a nossa do Vale do Caí passam pela representatividade parlamentar. Uma representação de fato passa pela concentração de forças, nenhum Prefeito, Governador ou Presidente da República consegue levar seu plano de governo adiante sem uma base forte e coesa no legislativo.

Devido a esta promiscuidade partidária e falta de coesão, o que vimos durante muito tempo em nossa região foi uma total falta de representatividade no legislativo gaúcho, alguém que buscasse o interesse de todo o Vale do Caí. As demandas de nossa comunidade muitas vezes não chegam com a mesma intensidade que chegariam caso fosse levada por um filho desta terra.

Existe um despertar político brasileiro, cada dia mais as pessoas estão mais informadas, já não se satisfazem com velhas abordagens e discursos vazios. O advento da internet e sua rápida universalização deu poder a cada indivíduo. As pessoas estão atentas as ideologias do partido e a coerência de seus representantes.

A questão crucial que teremos pela frente será qual o protagonismo que nossa amada Montenegro, cidade mãe do Vale do Caí, e seus filhos terão neste cenário político local, estadual e nacional?

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