O morro São João, com a altitude de 172 metros, destaca-se como símbolo e testemunho. A sua disposição, na forma de M, simboliza nosso município, circundado por inúmeros outros: Fagundes, Mariazinha, Parecí e Montenegro. O São João destaca-se entre eles.
Do ponto de vista geológico, são considerados como morros-testemunha, originados no período geológico do Cretáceo Superior, São rochas areníticas da Formação Botucatu – um complexo sedimentar, originado de dunas desérticas as quais se estendem desde São Paulo, passando pelo Brasil Meridional e atingindo o Paraguai e o Uruguai.
Através de milênios, essas rochas sofreram processos erosivos, pela ação das águas e dos ventos, assistindo a todo um processo de formação de rios, vales, planícies… E eles permaneceram incólumes, como testemunhos da situação do relevo primitivo.
Coincidência notável é que, encimando o topo do morro, temos a figura de São João Batista, que se constitui em baluarte e testemunho da fé cristã – um defensor da verdade e da justiça. Por tudo isso, nos vem à mente as palavras de Leonardo Boff: “As coisas, além de coisas, são signos – são sílabas de um grande alfabeto, que traz uma mensagem inscrita nelas e que os homens podem ler e interpretar: no efêmero, pode ler o permanente; no temporal, o eterno, e, no mundo, Deus. É de Boff o texto abaixo, adaptado à situação:
“ O morro São João visita minha janela.
Às vezes o sol o calcina, outras o afaga.
Não raro a névoa o envolve lentamente.
Nunca queixou-se por causa do calor ou do frio.
Jamais cobrou coisa alguma por sua majestática beleza. Nem o agradecimento.
Ele se dá simplesmente. Gratuitamente. Não é menos majestoso quando o sol o acaricia do que quando o vento o açoita. Não cuida se o olham, nem se incomoda se o galguem.
Ele é como Deus: tudo suporta; tudo sofre; tudo acolhe. Por isso, o morro São João é um sacramento de Deus: revela, recorda, aponta, reenvia.
Ele não fala, ele mesmo é um sacramento de Deus”.