Shalom e Salaam a todos!

A raiz semita S-L-M dá origem a essas duas palavras: Shalom e Salaam. Ambas são palavras de idiomas diferentes, mas semitas. Respectivamente o Hebraico e o Árabe; e ambas possuem o mesmo significado: Paz.

Desde pequeno aprendi que nossa família tem, em parte de seu sangue, ascendência judia sefardita. Um judeu sefardita é aquele que pertence ao ramo dos judeus que se criou na península ibérica, isto é, Portugal e Espanha. E, por isso, sempre fui muito apegado ao que se refere ao povo judeu (não que eu siga as tradições, mas gosto de compreendê-las).

Hoje vemos a continuação do confronto entre o povo palestino e israelense que, mesmo em meio à pandemia, vem se tencionando cada vez mais. Essa tensão aumentou após um despejo de famílias palestinas em um bairro da Jerusalém oriental, de terras que foram requeridas por famílias israelenses na justiça (israelense, claro).

“Mas a terra é dos Judeus! Deus deu a eles a terra prometida”. Parece piada, mas ainda leio coisas desse tipo. Na prática, o que ocorre é que, depois da diáspora em 70 d.C provocada pelos romanos que expulsaram os Judeus daquelas terras, elas foram, posteriormente, com a queda de Roma, integradas ao império Otomano e, portanto, ficaram sob o domínio dos muçulmanos até a era moderna. Depois da Segunda Guerra Mundial, a ONU, como apoio pós holocausto, deu forças para os Judeus que quisessem retornar a sua terra, pudessem fazê-lo. O problema é que aquela terra não era desocupada. Já fazia mais de mil e quinhentos anos que ela era terra muçulmana. Se no Brasil cinco anos dá usucapião, imagina mil e quinhentos. O que ocorreu é que esse “problema” foi sanado em um ataque intenso dos judeus apoiados pela ONU para expulsar famílias palestinas que tiveram que deixar tudo e só sair com um pertence para regiões afastadas, sem apoio, sem auxílio, sem nada. Não eram duas nações em guerra, era um grupo armado expulsando famílias de suas casas no meio da noite.

Meu texto soa anti-semita? Pare e lembre-se que os palestinos também são semitas. Obrigado.
“Não importa, aquela é a terra prometida é dos Judeus”, continua a pessoa. Pois bem, então vamos ao judaísmo; Onde no Talmud Babilônico, em Ketubot 111ª existe uma controvérsia muito debatida. De um lado, os Sionistas (os que criaram o Estado de Israel depois da Segunda Guerra) e do outro os Naturei Karta (Judeus ultra ortodoxos que se mantém contra o Estado de Israel e não o reconhecem), que discutem sobre uma passagem bíblica em Jeremias 27:22 onde Deus decreta que os Judeus não voltem para a terra de Israel até que ele ordene. E, até hoje, ele não teria ordenado. A ida do povo Judeu para a terra de Israel e, ainda a construção de um Estado, estaria indo completamente contra a vontade de Deus.

O grande ponto aqui é entender que essa guerra não tem sentido, seja pelo lado bíblico ou pelo histórico. Ambos os povos podem reivindicar aquela região como suas e, há algum tempo, já havia uma relativa paz entre eles; tanto que palestinos e israelenses vivem juntos em Jerusalém, a cidade da Paz. É uma guerra sem sentido que, bastaria ambos os povos seguir sua fé de verdade que esse conflito não existiria. Entretanto, ainda assim, ambos os povos cumprimentam dizendo “esteja em Paz”.

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